A previsão é que o número de conizações dobre com a chegada da mesa ginecológica com mocho, colposcópio e bisturi de alta frequência

A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) vai dobrar o número de conizações realizadas pelo serviço de Ginecologia com a chegada, nesta quinta-feira (28/11), dos novos equipamentos – mesa ginecológica com mocho, colposcópio e bisturi de alta frequência – que irão reforçar a estrutura utilizada na prevenção contra o câncer de colo de útero.

Com o aumento do número de vagas, a expectativa é que se diminuam os casos desse tipo de câncer no Estado. De janeiro a setembro de 2019, o serviço de Ginecologia realizou 402 conizações em mulheres diagnosticadas com lesões de alto grau precursoras de câncer de colo de útero.

O aparelho colposcópio é usado na realização da conização, que é um procedimento cirúrgico, feito em nível ambulatorial, para a retirada de lesões precursoras de câncer de colo de útero, causadas pelo Papilomavírus humano (HPV) de alto risco. O procedimento dura cinco minutos, e a FCecon é o único hospital de referência no Estado.

Aquisição – O equipamento foi comprado e doado por dois empresários da sociedade civil, a partir de uma campanha – vídeo veiculado pelas redes sociais – da responsável pelo serviço de Ginecologia da FCecon, ginecologista Mônica Bandeira. A iniciativa é pioneira no hospital e demonstra a capacidade de mobilização para a melhoria dos serviços públicos.

Segundo o diretor-presidente da FCecon, mastologista Gerson Mourão, a doação demonstra a atenção que a sociedade civil tem com a unidade hospitalar. De acordo com ele, as pessoas abraçaram a luta contra o câncer, particularmente, o de colo de útero. “Vemos que a sociedade acredita na gestão. Os equipamentos irão beneficiar àqueles que necessitam do serviço”, destacou.

Estrutura – Conforme Mônica Bandeira, a unidade hospitalar irá receber a doação de dois aparelhos colposcópicos, sendo esse o primeiro que foi entregue e a expectativa é que o segundo chegue nos próximos 60 dias. “Com a campanha também foi possível equipar as duas salas onde os aparelhos irão funcionar, com armários, mesas, cadeiras e estantes novos”, comemorou.

Com a nova estrutura, ressaltou Mônica Bandeira, a Fundação passará a oferecer três salas confortáveis para atendimento das mulheres. “Todos saíram ganhando: pacientes, acompanhantes e os profissionais que trabalham da triagem a conização. Agora, estamos na expectativa de receber mais dois ginecologistas colposcopistas”, afirmou.

HPV – O Papilomavírus humano é um vírus muito contagioso, adquirido sexualmente, que causa, além de verrugas genitais, vários tipos de câncer em ambos os sexos – como colo uterino, vagina, pênis, garganta e ânus.

Câncer de colo de útero – O câncer de colo de útero, também chamado de cervical, é causado pela infecção persistente de alguns tipos (chamados oncogênicos) de HPV. A infecção genital por este vírus é muito frequente, entretanto, não causa doença na maioria das vezes, porque as mulheres (80%) conseguem eliminar o HPV e não desenvolver as lesões. Mas, uma pequena parcela (20%) não consegue expulsá-lo espontaneamente do organismo.

Prevenção – É feita com vacinação contra o HPV, antes do início da vida sexual e fazendo o exame preventivo (Papanicolau). Quando essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir a doença em 100% dos casos. A vacina contra o HPV faz parte do calendário de imunização do Ministério da Saúde (MS) e está disponível nas unidades básicas de saúde, para meninos e meninas de 9 a 14 anos.

Números – O câncer de colo de útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 16.370 novos casos no país (2018/2019), e no Amazonas estão previstos 840 casos.

FOTO: LUÍS MANSUETO/FCECON

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