Nesta sexta feira (06/03), o Programa de Redução de Desperdício de Alimentos, executado pela Secretaria Estadual de Produção Rural (Sepror), em parceria com o Mesa Brasil, do Serviço Social do Comércio do Estado do Amazonas (Sesc/AM), arrecadou mais 1.100 quilos de alimentos nas feiras da Manaus Moderna e da Banana, na avenida Lourenço da Silva Braga, Centro, zona sul.
O programa foi criado com o objetivo de combater o desperdício de alimentos, garantir segurança alimentar à população em vulnerabilidade social e contribuir para a erradicação da pobreza, em consonância com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), e levando em consideração que aproximadamente 90 toneladas de frutas e verduras são desperdiçadas nas feiras de Manaus, de acordo com dados da Sepror.
O coordenador e servidores da Sepror vão até as feiras cadastradas, e, com a doação dos feirantes, recolhem os alimentos que perderam valor comercial, mas ainda possuem valor nutritivo e podem ser consumidos.
O programa beneficia mais de 108 instituições cadastradas junto ao Mesa Brasil, do Sesc, e a atividade de hoje contou com a presença de membros do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), projeto da ONU, que auxilia refugiados em situação vulnerável.
A assistente sênior do Acnur, Juliana Serra, frisou o quanto essa parceria vai ajudar e como foi fazer parte da arrecadação.
“É uma parceira muito interessante, desde o trabalho feito para não desperdiçar alimentos que poderiam ser jogados fora por pequenas questões, como também ajudar os refugiados que estão precisando tanto. A Acnur fica feliz de participar desta iniciativa”, afirmou Juliana.
O coordenador do programa e servidor da Sepror, Carlos Henrique Silva, recorda como iniciou a parceria. “Recebemos um ofício para participar da 4° Reunião em Relação à Insegurança Alimentar e Refugiados no Amazonas. Nessa reunião, conhecemos a Acnur, trocamos contato, fizemos uma reunião e linkamos os refugiados com a aquisição de alimentos que conseguimos”, disse Carlos.
Uma das instituições beneficiadas foi a Casa Miga, que acolhe LGBTs e refugiados estrangeiros em situação de vulnerabilidade. A assistente social da casa, Valéria Soares, afirmou que o programa foi a primeira parceria que acolheu o projeto, que chegava a ter apenas uma refeição ao dia por não ter recursos.
“Para a gente é muito significativo, pois é a primeira vez que a Casa Miga é inserida em um projeto. Nós não recebíamos nenhuma ajuda, por isso vai ser de muita importância a doação destas frutas e verduras para a alimentação dos LGBTs e refugiados que dependem da Casa”, relatou Valéria.
O Programa de Redução de Desperdícios de Alimentos busca apoio para mão de obra, pois conta com pouco pessoal para realizar o trabalho de cadastramento e coleta dos alimentos.
“Com mais pessoas, conseguimos atender mais feiras cadastradas e arrecadar mais alimentos, que podem beneficiar entidades que cuidam dos mais diversos segmentos de necessitados”, desabafou Carlos.
FOTOS: Djalma Júnior