No encontro, a ministra Nísia Trindade disse que o Amazonas é um dos estados mais afetados pela emergência climática
Em reunião no Ministério da Saúde (MS), em Brasília, o Governo do Amazonas defendeu aporte de recursos federais para apoio ao enfrentamento dos efeitos da estiagem no Estado. O encontro, com a ministra Nísia Trindade, reuniu secretários de saúde dos estados da região Norte, na última quinta-feira (26/09). A secretária de Saúde do Amazonas, Nayara Maksoud, apresentou documentos mostrando a situação de seca extrema dos rios e o Plano de Contingência que vem sendo executado. A ministra admitiu que o Amazonas é um dos mais afetados pela emergência climática.
“O nosso pleito e articulação é para que o orçamento para esse fim também contemple recursos federais para as ações, conforme estabelece o decreto de emergência em saúde, situação sobre a qual nos encontramos hoje. É importante considerar todo o escopo de necessidades a serem pactuadas pelos três entes federativos”, reforçou a secretária Nayara Maksoud, destacando os esforços do governador Wilson Lima na mitigação dos efeitos da estiagem no Estado.
A ministra Nísia Trindade, por sua vez, considerou que o cenário apresentado pela secretária mostra a necessidade muito maior de recursos. “Nós estamos processando isso para os municípios que estão em emergência e solicitando recursos extraordinários”, afirmou.
A secretária de Saúde agradeceu à ministra pela visita técnica de membros do MS ao Amazonas, no início deste mês, e colocou a SES-AM à disposição para sanar dúvidas sobre as ações durante o período de estiagem. “Agradeço à sua equipe, que esteve conosco no Amazonas. Foram cinco dias intensos de trabalho. O que precisamos, a curto prazo, é levar água potável para as áreas mais atingidas e isoladas. Queremos que a atenção especializada esteja presente nos municípios-polos. Pedimos apoio do Ministério da Saúde e estamos abertos à contribuição ao nosso Plano de Contingência”, observou.
Aumento de doenças
Integrou a comitiva do Amazonas, em Brasília, a diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), Tatyana Amorim, responsável pelo monitoramento de indicadores de agravos e doenças relacionadas à estiagem, no Estado. Este ano, de janeiro a agosto, disse ela, foram registrados 176.342 casos de doenças diarreicas agudas no Amazonas, um aumento de 6,28% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 165.917.
O Governo do Amazonas já enviou 200,3 toneladas de medicamentos e insumos para cidades das regiões do Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões, mais atingidas pela estiagem, além de 7,6 mil volumes para municípios diversos. Também encaminhou 37 cilindros de oxigênio para Eirunepé, Canutama e Itamarati e 10 para Ipixuna. Instalou uma usina de oxigênio em Envira.
FOTOS: Ana Sena/SES-AM e Matheus Damascena/MS