Nesta segunda-feira (16/03), durante a reunião da Empresa Estadual de Turismo (Amazonastur) e os empresários do trade turístico, a diretora-presidente do órgão, Roselene Medeiros, anunciou as medidas adotadas para evitar a contaminação por coronavírus, entre elas o adiamento pelo prazo de 30 dias de todos os eventos programados para o Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques (CCAVV), incluindo palestras e atividades que envolvam mais de 100 pessoas.

Também foi adiado o Workshop de Inovação em Turismo, parceria entre a Amazonastur e a Samsung Ocean, prevista para ocorrer de 24 a 26 deste mês, na sede do Instituto. Além disso, dos seis cruzeiros que ainda iriam atracar no Porto de Manaus nessa atual temporada, apenas um, que chega na próxima quarta-feira (18/03), aportará na cidade. Os demais já foram cancelados.

A reunião, que foi realizada na sede da Amazonastur, contou com a presença de técnicos da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), que repassaram informações sobre a proliferação da doença nas esferas internacional, nacional e local, as ações determinadas pelo Governo do Estado e a necessidade de prevenção por parte das organizações e populações em geral.

“É o momento de ação e não de pânico, de tomar atitudes para que se consiga prevenir e minimizar esses danos. É hora de ação de todo mundo, cada um dentro das suas competências. Cada um tem o seu papel, para que tenhamos uma transmissão bem menor em relação ao que aconteceu em outros países, em outros locais”, disse a sanitarista da FVS, Josielen Aparecida.

Para o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV-AM), Roberto Tavares, o encontro foi bastante promissor, sobretudo para tranquilizar o setor de turismo. “Saímos seguros, informados. Não podemos transformar a epidemia numa ‘pandemonha’, numa confusão de informações. Fomos muito bem acolhidos pela Amazonastur, pelas técnicas da FVS, onde expomos nossas dificuldades, nossas demandas”, declarou Roberto Tavares.

Durante o encontro, parte do trade se reuniu com técnicos da Amazonastur para propor medidas para amenizar a não vinda de turistas para o estado. Essas propostas serão apresentadas, posteriormente, ao Governo do Estado.

Último cruzeiro – O último navio da temporada de cruzeiros no Amazonas chegará no Porto de Manaus na próxima quarta-feira (18/03). O navio Amera, que está com 680 pessoas a bordo entre tripulação e turistas, já está navegando há 20 dias e nenhum caso da doença ou mesmo suspeita foi identificado. Dessas 680 pessoas, 230 partem no dia seguinte de avião para Alemanha, em voo charter.

De acordo com o artigo 11 do decreto assinado pelo governador Wilson Lima nesta segunda-feira (16/03), “A autoridade portuária do Estado do Amazonas, responsável pela administração do porto de Manaus, poderá suspender as operações de atracação de cruzeiros e outras embarcações de passageiros de grande porte, nos termos dos incisos VIII e X do 1º art. 17 da Lei Federal nº 12.815, de 5 de junho de 2015”.

“A Anvisa monitora diariamente todos os navios que chegam em águas brasileiras. Esse é um protocolo que já era adotado e agora está sendo intensificado, ressaltou a presidente. Roselene destacou ainda que, para evitar aglomerações, a Amazonastur não montará receptivo com pocket-show de boi-bumbá no Porto de Manaus.

Caso as autoridades portuárias permitam a descida dos passageiros, eles poderão receber informações no Centro de Atendimento ao Turista (CAT), do Porto, que contará com funcionários no balcão para orientá-los, repassando o protocolo que está sendo divulgado para evitar o vírus. Também será colocado um banner explicativo em português e inglês com orientações sobre prevenção. Os passeios turísticos também foram reduzidos.

“Nós estamos seguindo o protocolo adotado pelo Ministério da Saúde, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Governo do Estado para tentarmos amenizar o impacto desse vírus no Amazonas. Nós estamos tomando decisões para o nosso próprio bem e do estado em que moramos. Não podemos entrar em pânico, e, sim, tomar ações para evitar a proliferação”, declarou a presidente.

Comunidades indígenas – A Amazonastur em atendimento à determinação da Funai, recomendou aos caciques e líderes indígenas das Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé e Puranga Conquista, no Baixo Rio Negro, a não receberem visitantes durante este período. A mesma orientação foi repassada aos operadores que levam turistas às comunidades.

FOTO: DIVULGAÇÃO/AMAZONASTUR

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