Visando conter a proliferação do novo coronavírus e auxiliar os profissionais da Saúde, que atuam no enfrentamento da Covid-19, em Manacapuru, distante 84 km de Manaus, professores e alunos da Escola Estadual Nossa Senhora de Nazaré desenvolveram o projeto “Máscara Canguru”. Durante a atividade, o grupo trabalha no aperfeiçoamento de máscaras de pano, deixando-as mais seguras e possibilitando que sejam utilizadas por médicos, enfermeiros e equipe hospitalar do município.

Os itens reforçados pela ação, realizada pelo coordenador Paulo Itaciomar, gestor Salomão Alencar e pelos professores Galileu Pires, Rosa Vasques e Harmison Brandão, serão destinados ao hospital de Manacapuru. Além dos educadores, o projeto conta, também, com a participação de nove alunos pesquisadores. São eles: Warleyson Lima, Thaerlem Breno, Luciana Souza, Lívia Eduarda, Vitoria Karina, Kamily Chrystine, Pedro Toga, Fernanda Lima e Juliana Bastos.

De acordo com Galileu Pires, professor de Biologia, a ideia do “Máscara Canguru” nasceu da atual situação em que o Amazonas se encontra e foi consolidada por meio do WhatsApp. “Temos um grupo de pesquisa e ficamos trocando ideias de como poderíamos contribuir e sobre qual seria o público-alvo. Foi quando um aluno ofereceu uma máscara que sua mãe está produzindo para completar a renda da família de 15 pessoas. Comprei uma e tive a ideia de colocar um bolso extra, que poderia abrigar um elemento filtrante”, afirmou Galileu.

A partir daí, o grupo desenvolveu o primeiro protótipo e começou a pesquisar o elemento filtrante que utilizaria na atividade – de preferência, algo que fosse facilmente encontrado no comércio local. Os escolhidos foram: lenço umedecido, disco de algodão e lenço de papel; os dois últimos com o acréscimo do álcool em gel. “O próximo passo foi testar e verificar os resultados”, adiantou o professor.

Orientações – Para reforçar as máscaras, a equipe do “Máscara Canguru” seguiu os padrões técnicos das máscaras cirúrgicas, verificando malha e residência de filtração. “Após comprarmos os itens filtrantes, verificamos a velocidade, a distância e a pressão de um espirro e de uma tosse, comparando-os com aerossóis. Todos os passos desse projeto estão alinhados com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, destacou Galileu.

“Hoje, temos bastante pedidos, contribuindo tanto com a parte social quanto gerando renda à família do aluno. Nosso maior objetivo é ajudar os profissionais da Saúde que estão enfrentando essa batalha sem equipamentos de segurança adequados, que estão em falta ou com um preço absurdo no mercado”, reforçou o professor.

Engajamento – Segundo Galileu Pires, todos os estudantes envolvidos no “Máscara Canguru” estão extremamente felizes em trabalhar com um projeto que poderá salvar vidas e contribuir no combate ao novo coronavírus. “Uma das nossas bandeira é ofertar um produto simples, barato e de fácil acesso. Enquanto o mundo busca alta tecnologia para esse problema, nós obtemos da simplicidade dos nossos recursos”.

A aluna Luciana Souza de Souza, da 2ª série do ensino médio, diz que, desde o ano passado, quando participou de uma pesquisa envolvendo escamas de peixes, tem sido incentivada por seus professores a participar de projetos semelhantes na escola. “Quando o professor Galileu me informou do ‘Máscara Canguru’, logo dei apoio e comecei a trabalhar, pois tinha certeza que seria um ótimo projeto. Nós, pesquisadores, nos empenhamos bastante para elaborar as máscaras e fazer os testes em nossas casas. Fiquei muito feliz em participar de uma ação com tamanha relevância social e que vai ajudar tanto os cidadãos como os profissionais da Saúde”, pontuou Luciana.

O professor de Biologia acredita que a importância principal do “Máscara Canguru” é fazer com que os alunos acreditem que são capazes de enfrentar um problema tão grande como a pandemia, de forma simples e eficaz. “Eles já estão sendo modelos de inspiração para outros alunos de nosso município”, finalizou.



Fotos: Divulgação/Seduc

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