ONG Direct Relief, sediada nos EUA, doou o equivalente a R$ 2,8 milhões para aquisição de concentradores. Material dará assistência a comunidades tradicionais
Um pedido de apoio à comunidade internacional, enviado pelo Governo do Amazonas no dia 25 de janeiro, gerou resultados positivos. O Estado recebeu, neste sábado (13/02), um total de 240 concentradores de oxigênio. Os equipamentos foram adquiridos com recursos da ONG americana Direct Relief, que doou U$ 530 mil (equivalente a cerca de R$ 2,8 milhões) para auxiliar o Amazonas no combate à Covid-19.
“Duplicamos a nossa estrutura e abrimos muitos leitos. Já estamos numa abertura de quase 200% a mais em relação ao que tínhamos, então, praticamente triplicamos a nossa rede. Neste sentido, toda a colaboração de doações e de parcerias que estão sendo feitas são importantes para que possamos continuar ampliando nossa estrutura, principalmente nesse momento em que há a escassez de alguns produtos no mercado internacional”, disse o governador Wilson Lima.
Sensibilizada com a situação do Amazonas, a ONG Direct Relief, sediada na Califórnia, aprovou o subsídio em tempo recorde. Além das doações deste sábado, está prevista a aquisição de mais concentradores e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para apoiar profissionais de saúde no combate à pandemia.
“Acabar com uma pandemia que ameaça a todos exige o tipo de colaboração internacional exemplificado aqui pelo Amazonas, Força Tarefa dos Governadores para Clima e Florestas (GCFTF), Health Bridges International (HBI) e outros”, disse o presidente e CEO da Direct Relief, Thomas Tighe. “A Direct Relief está muito satisfeita por se juntar a este importante esforço que está unindo pessoas e organizações, para lidar com as inúmeras ameaças à saúde pública”, concluiu.
Os concentradores serão distribuídos para unidades de saúde do interior do Amazonas que atendem, sobretudo, moradores de Unidades de Conservação e comunidades tradicionais, indígenas e ribeirinhas, que residem no entorno. “A prioridade é atender o interior e evitar o impacto da segunda onda entre as comunidades mais vulneráveis”, destacou o secretário do Meio Ambiente e coordenador dos esforços, Eduardo Taveira.
A mobilização com a comunidade internacional contou com a ajuda da Força Tarefa dos Governadores para Clima e Florestas (GCFTF) e do presidente da Health Bridges International (HBI), Wayne Centrone. A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) foi identificada pelos doadores para atuar como gestora dos recursos. A operação conta, ainda, com o apoio diplomático da Embaixada do Brasil em Washington e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC). O transporte dos equipamentos para Manaus foi custeado pela Americanas.
Rede solidária de parceiros – Diante da carta aberta enviada à comunidade internacional, pelo Governo do Amazonas, a Diretora de Projetos do GCFTF, Colleen Lyons, recorreu a todos os seus contatos em busca de auxílio para o Estado. Inclusive aos seus pais: a dedicada enfermeira paroquial, Sheila Scanlan e o médico Edward Scanlan. Foram eles que fizeram a aproximação de Lyons com o presidente da Health Bridges International, Wayne Centrone.
“A pandemia global de Covid trouxe à tona essa necessidade de união e parceria. É uma honra conectar a Health Bridges International, à Direct Relief e à Fundação Amazônia Sustentável (FAS) – organizações que fazem um grande bem no mundo – com nossos estados membros e províncias do GCFTF, enquanto, juntos, canalizam estratégias de alívio da Covid para algumas das comunidades mais remotas e duramente atingidas na Amazônia brasileira”, declarou Lyons.
A experiência positiva da Health Bridges International com concentradores de oxigênio para atender pacientes com Covid-19 no Peru serviu como base da mobilização para o Brasil. Centrone foi o responsável por conectar o GCFTF e a equipe do Amazonas à Direct Relief.
“Nossa organização existe para criar conexões. Acreditamos fortemente no poder da colaboração e no impacto de recursos, conhecimentos e habilidades compartilhados. Estamos empenhados em ajudar o GCTF, o Governo do Amazonas e a Direct Relief de qualquer maneira que solicitarem ou que seja exigido para o avanço da saúde e do bem-estar do povo da floresta Amazônica”, declarou Centrone.
Os recursos doados pela Direct Relief recebidos pela FAS, seguirão os padrões de transparência da instituição, incluindo auditoria independente da PwC. “Essa doação é extremamente importante uma vez que os concentradores de oxigênio poderão ser usados em diferentes locais do interior do Amazonas, que hoje sofrem de uma maneira dolorosa com a falta desse tipo de equipamento. Nós registramos aqui a imensa gratidão aos doadores e aos parceiros deste projeto”, declarou Virgílio Viana, superintendente geral da FAS.