Conhecido como a “Veneza do Amazonas”, o município de Anamã (a 165 quilômetros de Manaus) é afetado anualmente pela cheia do rio Solimões, ficando totalmente encoberto pelas águas durante meses do ano. O apoio à população inclui ajuda humanitária, fomento, alimentos e, principalmente, a garantia de que a assistência em saúde será mantida, neste caso por meio da Balsa Hospital disponibilizada pelo Governo do Amazonas.
A Balsa Hospital, alugada pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), fica instalada na orla do município de Anamã normalmente por três meses do ano. Em 2021, devido aos impactos da enchente e a previsão de uma cheia de grandes proporções – que já afeta 9.570 pessoas, segundo dados da Defesa Civil –, a embarcação permanecerá na cidade por pelo menos quatro meses. O atendimento à população na balsa iniciou em maio deste ano.
Conforme explica a gerente da região do Rio Negro e Solimões da Secretaria Executiva de Atenção Especializada ao Interior (SEA/Interior), da SES-AM, Jeane Neiva, a subida do rio levou ao alagamento do Hospital Francisco Salles de Moura, demandando do governo uma nova estratégia para garantir a assistência em Anamã.
“Geralmente, todos os anos, o município sofre grandes enchentes. Então, a Secretaria de Estado de Saúde tem essa grande preocupação em fazer a locação da balsa alojamento justamente para servir de hospital”, disse Jeane Neiva.
Atendimentos – Os atendimentos na Balsa Hospital incluem urgência e emergência, sala de parto, laboratório, alojamento para as enfermarias, refeitório e cozinha. A unidade executa, inclusive, toda a assistência para diagnóstico e tratamento da Covid-19, desde a triagem, por meio de testes rápidos, antígeno e RT-PCR, a consultas e internação.
“A gente teve todo esse cuidado de atender essa demanda da Covid próximo ao hospital, tanto da urgência e emergência como também pelas internações. Graças a Deus estamos há seis dias sem nenhum paciente internado e está sendo controlado e monitorado o tratamento de Covid-19 nas residências”, destacou a diretora da unidade, Alessandra Silva.
A paciente Silvia Souza, de 18 anos, aguardava o atendimento na balsa hospitalar para saber o sexo do bebê. Grávida há seis meses, ela reconheceu a importância de manter o serviço hospitalar para a população do município.
“Estou muito ansiosa porque eu vou saber o sexo do meu bebê, se é menino ou menina. (É importante) não só para mim, mas para todas as pessoas também. É muito importante porque é uma coisa que a gente necessita muito no momento, não só agora, mas como em todas as horas. Muito obrigado por esse trabalho que vocês fazem para a gente. Só gratidão mesmo”.
FOTOS: Diego Peres/Secom e Arthur Castro/Secom