Amazonas é o segundo estado do país a implantar programa de assistência médica domiciliar

De janeiro a agosto de 2024, mais de 48 mil atendimentos foram realizados em pacientes com doenças crônicas ou que necessitam de acompanhamento médico em casa, além da entrega de remédios, alimentos e outros insumos. Os atendimentos foram feitos por meio do Programa Melhor em casa, desenvolvido pela parceria do Governo do Amazonas e Governo Federal, sob coordenação da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM). Atualmente, 700 pacientes estão sendo acompanhados por equipe multidisciplinar.

O programa de assistência médica domiciliar tem o objetivo de evitar internações prolongadas e promover maior conforto ao paciente e recuperação dentro do ambiente familiar.

De acordo com a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, o Governo do Amazonas também é o responsável pela aquisição e distribuição dos medicamentos, insumos, fraldas, alimentação e nutrição entregues aos pacientes.

“O Melhor em Casa oferece um cuidado integral, com uma equipe multidisciplinar formada por fisioterapeuta, enfermeiro, médico, fonoaudiólogo, nutricionista, assistente social e psicólogo. É todo um acompanhamento desse paciente”, disse a titular da SES-AM, Nayara Maksoud.

Para a coordenadora do Melhor em Casa no Estado, Semira Torres, a equipe multidisciplinar também oferece suporte para toda a família do paciente, que é impactada com a alteração da rotina hospitalar para a rotina em casa.

“É um olhar diferenciado do Governo do Amazonas, que fornece também nutrição e insumos, fazendo com que a família tenha um custo mais baixo na continuidade do tratamento em casa. Precisamos capacitar toda a família e humanizar o atendimento, porque não atendemos só o paciente. O cuidador também acaba adoecendo e a gente precisa ter esse olhar”, disse a coordenadora do programa no Amazonas, Semira Torres.

Na capital, 10 unidades da rede estadual de saúde contam com o apoio de equipes para identificação de pacientes crônicos internados. A partir de uma triagem, a equipe avalia se há pacientes que podem receber alta e ser acompanhados em casa com o suporte de profissionais. Além dessas unidades, qualquer outra pode solicitar a avaliação hospitalar de pacientes pelo Programa Melhor em Casa.

Atendimento humanizado

No bairro Jorge Teixeira, na zona leste de Manaus, Milena Braga vive com a filha, Ana Júlia, de 6 anos, que tem Atrofia Muscular Espinhal (AME), uma doença rara e degenerativa. Desde 2021, a família é atendida pelo programa. Antes de ser transferida para casa, a pequena Ana Júlia chegou a ficar internada dois anos e meio em um hospital.

Muito emocionada, a mãe conta que o período em que a filha ficou internada foi muito doloroso para ambas. Todos os dias ela saía bem cedo de casa para realizar a visita no hospital. Assim que soube do programa, a vida ganhou uma nova perspectiva.

“Eu me inscrevi no programa e, depois de um mês, ela saiu do Hospital Infantil Dr. Fajardo. Foi a melhor coisa que aconteceu, porque, desde 2021, ela nunca mais ficou internada em hospital e os médicos vêm aqui toda semana ver ela. Estou aqui por causa de todos eles, da equipe do Melhor em Casa”, falou a mãe da paciente, Milena Braga.

Como funciona

Solicitação: O programa precisa ser indicado por outra equipe da Rede de Atenção à Saúde (RAS), seja do hospital, da Atenção Primária à Saúde (APS) ou da Urgência.

Avaliação: Uma equipe de Atenção Domiciliar avalia o paciente para determinar se ele se encaixa no perfil do programa, e faz sua admissão.

Plano de Cuidados: Um plano de cuidados personalizado é criado, detalhando o tipo de atendimento necessário, com quais profissionais e a frequência necessária.

Assistência Domiciliar: Profissionais de saúde da equipe de Atenção Domiciliar visitam o paciente regularmente para fornecer o tratamento necessário.

Monitoramento: A saúde do paciente é monitorada constantemente, e o plano de cuidados é ajustado conforme necessário.

FOTOS: Arthur Castro/Secom

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