Nos últimos oito meses, 56 festas clandestinas realizadas durante as medidas de restrição da pandemia de Covid-19 foram encerradas no Amazonas. A maioria delas ocorria em Manaus quando foi interceptada pelos agentes da Central Integrada de Fiscalização (CIF). Até nas fases mais críticas, como em janeiro deste ano com a crise de oxigênio, eventos desta natureza foram flagrados.

Dos 56 eventos irregulares, 49 estavam sendo realizados em Manaus. No interior, festas foram desarticuladas pela Polícia Militar e Polícia Civil nos municípios de Coari, Manacapuru, Iranduba, Novo Airão e Tonantins. Segundo levantamento feito com base em relatórios de ocorrência policial e da CIF, essas festas mobilizaram cerca de 23 mil pessoas e renderam 560 detenções por desobediência e descumprimento de medida sanitária.

Criada em 2014 com o intuito de vistoriar estabelecimentos comerciais, a CIF se consolidou como uma indispensável missão no enfrentamento à Covid-19. Juntos, servidores das esferas estaduais e municipais unem esforços para desarticular festas clandestinas em meio à pandemia, protegendo a saúde e promovendo a segurança.

Complexa, a CIF já acumula resultados significativos em dez meses de atuação durante a pandemia. O chefe do setor de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), capitão Renan Libório, fala da grandeza das ações.

“Em meio a uma pandemia com pessoas morrendo, todos nós, de maneira indireta ou direta, perdemos alguém e, ainda assim, mesmo quando tudo estava fechado, festas aconteciam com superlotação. A partir daí observamos que a CIF virou uma das principais ferramentas do Estado para o enfrentamento à Covid-19”.

Além da aglomeração, esses locais não seguem nenhum protocolo de prevenção da Covid-19. Não há distanciamento social, álcool em gel e tampouco o uso de máscara entre os presentes. São ingredientes perfeitos para a proliferação do vírus, segundo especialistas.

Ação marcante – Para o capitão Renan Libório, uma das ações que marcou a desarticulação de eventos clandestinos ocorreu em setembro de 2020. No local, estavam pelo menos quatro mil pessoas.

“Tinha vários adolescentes consumindo bebida alcoólica, embriagados mesmo. Alguns estavam com os pais. Além de festa clandestina, o local não tinha autorização de nenhum órgão público. Além de festa clandestina, havia outro delito que é a própria corrupção de menores”, disse.

Integração – Responsável por executar ações de vigilância epidemiológica, sanitária, ambiental e controle de doenças, a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM) integra a CIF intervindo nos problemas sanitários dos locais inspecionados, juntamente com os fiscais da Vigilância Sanitária Municipal (Visa Manaus), que vistoriam produtos e serviços.

“A nossa atribuição é fazer cumprir os decretos, não só estaduais como municipais, tendo essa guarida das forças de segurança, de resguardar nossa integridade, porque muitas vezes as pessoas não aceitam, xingam. Mas nosso papel é estar ali, tentando, da melhor maneira possível, cumprir o que é determinado”, salienta o servidor da Visa Manaus, fiscal Fabrício Barros.

Denúncias – Para delatar festas clandestinas, informações podem ser repassadas ao serviço emergencial da Polícia Militar, no 190.

FOTOS: Carlos Soares/SSP-AM, Erikson Andrade/PC-AM, Pelegrine Neto/SSP-AM e Divulgação/SSP-AM

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