O Theatro da Paz, de Belém, também consta na lista de bens culturais para candidatura a ser apresentada à Unesco

Da importância histórica e cultural ao marco de grandes transformações da área urbana da região amazônica, o Teatro Amazonas está na Lista Indicativa de Patrimônio Mundial reconhecida pela Unesco. O Theatro da Paz, na cidade de Belém, no Pará, também integra a lista indicativa de bens culturais do Amazonas. O primeiro passo para a elaboração da candidatura dos dois teatros da Amazônia foi dado nesta quarta-feira (13/12), com a oficina de mobilização, que representa uma etapa prévia para conquistar o reconhecimento.
A iniciativa envolve os governos do estado do Amazonas e Pará, por meio das pastas de Cultura, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Amazonas, órgãos municipais e a sociedade civil. As duas casas de espetáculos, símbolos máximos do ciclo da borracha na região, são tombadas pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil: o teatro do Pará recebeu o título em 1963 e o do Amazonas, em 1966.
No início deste ano, o Teatro Amazonas foi reconhecido como o monumento histórico mais belo do Brasil, resultado de uma pesquisa nacional, com turistas de todo o Brasil, realizada pela internet. Além disso, foi destacado como um dos pontos turísticos imperdíveis em Manaus, ocupando a 41ª posição na lista dos melhores destinos turísticos do mundo, conforme publicado pelo jornal New York Times.
O secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, ressalta a união do Amazonas e do Pará, que representam duas potências culturais do país. “Na verdade, vai coroar algo que já é reconhecido pela sociedade em todo o mundo, mas agora teremos, quem sabe, esse título para levarmos no peito e com orgulho acima de tudo”, pontua o secretário. “Isso reflete também o trabalho que vem sendo feito na gestão do governador Wilson Lima. O trabalho de revitalização do teatro e o cuidado com cada detalhe, como a atualização do sistema de combate e prevenção de incêndio, seguindo todos os critérios e normas necessárias para ter um patrimônio resguardado, além da promoção do estado, por meio do teatro, o mais belo do país”, acrescenta Apolo.

Assim como o teatro da capital amazonense, o Theatro da Paz representa as artes, a arquitetura, a história da Amazônia e a relação da região com a economia entre os séculos XIX e XX.

A diretora do Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da Secretaria de Cultura do Estado do Pará, Rebeca Ribeiro, afirma que o título amplia o olhar do mundo para os teatros amazônicos. “Quando a gente consegue a conquista de um bem como o patrimônio da humanidade, no caso desses dois bens, é uma garantia a mais de segurança, de conforto, de segurança jurídica e segurança econômica de um fundo mundial e com o amparo da Unesco”, reforça a diretora.

Elaboração e planejamento

A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Amazonas (Iphan-AM), Beatriz Calheiro, explica que o próximo passo será a elaboração de um dossiê que representa o estudo preparatório do aspecto arquitetônico e econômico, envolvendo o entorno e relação do patrimônio com a sociedade. “Esse dossiê será levado às comissões internacionais e essas instituições vão poder propor alterações, sugerir que a gente possa fazer incorporações desses elementos e assim, submeter ao Comitê do Patrimônio Mundial para uma avaliação”, explica Beatriz. “Esse processo é um pouco longo, pode levar mais de um, dois anos. A gente espera que ele possa ser um processo abreviado, porque a gente tem muito conteúdo dos teatros, Amazonas e da Paz para valorizar”, finaliza a superintendente.

Fotos: Marcely Gomes (Secretaria de Cultura e Economia Criativa)

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