Manicoré e Humaitá, na calha do rio Madeira, têm grande potencial para extração e comercialização da matéria-prima

Com propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes e antimicrobianas, o sangue de dragão, também conhecido como sangue de grado, tem atraído a atenção dos extrativistas da calha do rio Madeira. Para incentivar essa nova fonte de renda no campo, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) acompanha o potencial da resina e capacita os trabalhadores a desenvolverem a exploração sustentável do produto florestal.

O sangue de dragão é uma resina vermelha, extraída da árvore croton lechleri, muito utilizada na indústria cosmética devido aos benefícios terapêuticos que oferece. A substância é amplamente explorada no Peru e na Colômbia, pois a árvore é abundante nas regiões amazônicas desses países. No Brasil, a espécie é encontrada nos estados do Acre e Rondônia, em áreas próximas aos rios e de florestas secundárias, assim como no Amazonas.

Em território amazonense, a extração do látex dessa árvore pode representar uma importante atividade econômica para as comunidades de Manicoré e Humaitá (a 332 e 590 quilômetros da capital, respectivamente). Nos municípios, há grande potencialidade a ser explorada, conforme o chefe do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Florestal (Datef/Idam), Luiz Rocha.

“Detectamos potencial em Manicoré, onde os extrativistas poderão coletar o material e vender para compradores fora do Brasil, principalmente, da Alemanha. É um produto de alto valor comercial de uso farmacêutico, comercializado por diversos países e que coloca nosso estado diante de uma nova fonte de renda para as famílias extrativistas”, ressaltou o chefe do Datef/Idam.

Expectativa

É esperado que a descoberta da capacidade da região atraia os institutos científicos para realização de estudos, que possam mapear e estimar a capacidade de exploração nos municípios. De antemão, o Idam tem atuado na capacitação dos trabalhadores para aprimorar as técnicas utilizadas por eles, pois muitos atuam hoje na extração da copaíba.

“No entanto, não foram conduzidos estudos científicos ou inventários nessas áreas até o momento. De acordo com extrativistas locais, não é possível estabelecer uma estimativa precisa da disponibilidade desses recursos, pois a falta de estudos limita o conhecimento detalhado de todo potencial. Mas esperamos que isso mude nos próximos anos para que o potencial seja plenamente conhecido e explorado”, explicou Luiz Rocha.

FOTOS: Divulgação/Idam

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