Oficina evidencia a importância do conhecimento das normas e regras para o manejo da espécie em reserva indígena
A Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) realizou, nesta sexta-feira (08/10), em Maraã (a 634 quilômetros de Manaus), a oficina de “Metodologia de Contagem de Pirarucu”, em parceria com a Associação dos Povos Indígenas Kanamarys (Apikam).
A atividade, realizada por meio da Secretaria Executiva Adjunta de Pesca e Aquicultura (Sepa), no auditório da Secretaria Municipal de Educação do município, contou com a participação de 20 pescadores. A ação faz parte do programa Agro Amazonas, do Governo do Estado, que prevê a profissionalização de aquicultores.
A oficina teve duração de 8 horas, e os 20 pescadores associados receberam, nessa primeira etapa, informações da parte prática sobre o pirarucu. Na segunda, serão colocadas em prática a teoria e a técnica adquirida com o conhecimento tradicional dos pescadores, assim como as regras e normas importantes para o manejo dentro da reserva indígena.
Para o presidente da Apikam, Izomar Batista Kanamary, a capacitação por meio da oficina é um trabalho muito importante para que os pescadores conheçam as normas e regras, e coloquem em prática tudo que aprenderam de forma correta para chegar até o manejo.
“Quero agradecer à Sepror por esse assessoramento técnico, oferecido durante o dia de hoje, pois foi muito proveitoso para capacitar os sócios e os futuros contadores de pirarucu a atuarem de maneira correta dentro da reserva”, disse o presidente.
O curso foi coordenado pelo engenheiro de pesca da Sepror, Paulo Ronan, que informou como ocorrerão as próximas etapas da oficina.
“Os pescadores vão dividir cada lago em áreas com tamanhos distintos (atingindo até 2 hectares), com base no grau de dificuldade percebido para observar e escutar a ‘boiada’ do pirarucu (quando aparecem na superfície da água para respirar). Cada pescador conta o número de pirarucus em uma unidade de área durante o intervalo de 20 minutos. Finalizando a contagem em uma área, o mesmo pescador vai se deslocar para outra unidade, onde conta os pirarucus. Somada a contagem total do lago, o resultado obtido será o censo populacional”, afirmou o engenheiro.
Essa é a terceira contagem, que completa o ciclo de três anos para que seja feito o plano de manejo para a solicitação de quotas que será submetido às autoridades ambientais competentes – no caso, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Até 30% dos pirarucus adultos acima de 1,5 metro poderão ser pescados dentro da reserva. Essa quota permitirá que o manejo do pirarucu seja feito em Unidades de Conservação de Uso Sustentável e em áreas de relevante interesse socioambiental.
FOTOS: Arquivo Sepror