Em pouco mais de um ano, CIF já realizou mais de 260 operações na capital
Com pouco mais de um ano de trabalho, intensificados pela pandemia de Covid-19, a Central Integrada de Fiscalização (CIF) já realizou até o momento mais de 260 operações de prevenção e combate à disseminação da doença, causada pelo novo coronavírus. São meses abdicando de noites de sono, horários de lazer com a família ou uma rotina de serviço normal, em prol do trabalho de fiscalizar aqueles que não estão cumprindo as determinações voltadas a conter o avanço da Covid-19.
Ação coordenada pelo Sistema de Segurança Pública do Governo do Amazonas e composta por 21 órgãos estaduais e municipais, o trabalho da CIF é anterior à pandemia da Covid-19. “A operação iniciou voltada principalmente para a verificação de atividades relacionadas aos grandes eventos”, explicou o chefe do Departamento de Planejamento Integrado (DPI) da Secretaria Executiva Adjunta de Planejamento Integrado (Seagi), major Alisson Botelho.
“Há a participação de inúmeros órgãos otimizando a sua atividade, a sua atuação legal, sem intervir nos demais e atuando conjuntamente”, completa Botelho. Ao todo, da última semana de junho de 2020 até a primeira semana de abril de 2021, a CIF fechou 750 eventos/estabelecimentos, interditou 93, autuou 462 e conduziu 127 pessoas aos Distritos Integrados de Polícia (DIP), sendo a causa mais comum o descumprimento de decretos estaduais.
“Nós temos números hoje bem expressivos. A CIF já fiscalizou diversos locais, em diversos horários. Tem a CIF comercial, justamente para verificar se os locais estão funcionando respeitando as normas de saúde, com relação à questão de aglomeração e uso de máscara, se possui álcool em gel ou outro à disposição ao público. Também a CIF passou, na parte fluvial, a fiscalizar flutuantes e balneários. Eram locais que estavam funcionando de forma irregular, quando não superlotados e com festas”, explica o chefe do setor de Operações Integradas da Seagi, capitão Renan Libório.
Esse ritmo frenético vem se refletindo nos profissionais que atuam na CIF. O fiscal da Vigilância Sanitária Municipal (Visa Manaus), Augusto Júnior, aponta o cansaço, o estresse e o sentimento de impotência vivenciados por quem atua na linha de frente do combate à pandemia, superados a cada dia pelo ideal de um bem maior para toda a população.
“A gente tem muitos colegas em depressão, muitos colegas com exaustão, as equipes estão com excesso de trabalho, por conta de você ter a necessidade de aumentar o volume de fiscalizações. Vários colegas vieram a falecer, familiares vieram a falecer, e a gente continua com a rotina. A gente tem que passar o luto e continuar fazendo essa prevenção para poder minimizar as perdas da sociedade”, destaca Augusto Júnior.
Satisfação – Apesar da frequência, a missão deve ser cumprida e o trabalho, ainda que exaustivo, é gratificante para os servidores da CIF. Exemplo disso é Ivi Martins, servidora da Ouvidoria da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM). Ela já participou de mais de 100 ações da Central, mais de 600 horas em serviço.
“Para a gente é muito gratificante poder fazer esse serviço. Eu já frequento a CIF já tem quase um ano, a gente vem buscando ajudar a sociedade para que a gente consiga sair dessa pandemia o mais rápido possível. É um trabalho cansativo, é um trabalho que requer muita dedicação, porque a operação é sexta, sábado e domingo. Mas é muito gratificante mesmo poder estar colaborando para a gente tentar conter realmente a proliferação do vírus”, declara a servidora da Ouvidoria.
Orientações – Em outra frente da CIF, os policiais também enaltecem o trabalho, ainda assim apontando o cansaço de repetir as mesmas orientações ao longo de mais de um ano de perdas.
Em meio ao trabalho de buscar proteger as pessoas, os profissionais das forças de segurança também precisam equilibrar a preocupação com a própria proteção. “Pessoalmente, está sendo um exercício de resiliência, porque todo dia é uma luta, tanto para se proteger, como para não ser contaminado”, relata o delegado Jony Leão, titular do 4º DIP, em meio a uma ação da CIF na Praça do Eldorado.
Os dias são difíceis e de perdas, mas a certeza é que as ações não cessarão. É a determinação que se traduz na fala do delegado Ricardo Cunha, titular do 18º DIP.
“A gente sempre tem alguém próximo que se foi nessa pandemia, a gente sente muito, é um momento muito sensível na nossa cidade, mas a polícia tem que continuar, a polícia não para. A população conta com o nosso trabalho, e nós estamos dando a devida resposta para a sociedade”, enfatiza o delegado.
Fazem parte da CIF os seguintes órgãos: Polícia Militar do Amazonas (PMAM), Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), Defesa Civil Estadual, Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), Ouvidoria da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, Secretaria Executiva Adjunta de Planejamento e Gestão Integrada de Segurança (Seagi) da SSP-AM, Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa) da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do Amazonas (FVS-AM), Vigilância Sanitária Municipal (Visa Manaus), Guarda Metropolitana, Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), Secretaria Executiva do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (SEGGIM), Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (SEMACC), Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Marinha do Brasil, Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Instituto Estadual de Defesa do Consumidor (Procon-AM), Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado do Amazonas (Arsepam) e Assessoria de Comunicação da SSP-AM.
FOTOS: Herick Pereira, Lucas Silva e Arthur Castro/Secom