Durante a semana, o Jornal Encontro do Meio Dia exibe uma série de reportagens, produzidas pela repórter Nathália Freire e o cinegrafista Kleber Moraes, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. A série Educação na Floresta – Mamirauá, mostra a formação de uma turma de técnicos em gestão do desenvolvimento sustentável no meio da floresta. No Médio Rio Solimões, apesar das dificuldades de logística e financeira, 46 alunos de 9 comunidades concluíram esse curso único no Brasil, formatado especialmente para eles. O objetivo é transformar moradores de comunidades ribeirinhas em líderes empreendedores da nova economia verde.
A viagem começa no município de Tefé, a 523 Km da capital Manaus. A cidade fica às margens do Lago Tefé, braço do Rio de mesmo nome e afluente do Solimões. A população estimada em quase 60 mil habitantes vive basicamente do Comércio e de serviços. A internet funciona de forma precária. Algumas construções revelam o passado de importância estratégica. Historicamente, essa região foi bastante disputada por portugueses e espanhóis que dividiram o Brasil por meio do Tratado de Tordesilhas. Tefé estava no limite territorial de domínio das duas coroas, antes quem ocupava essa área eram povos indígenas, principalmente da etnia do Tupeba que acabaram se envolvendo no conflito armado. A Igreja Católica enviou representantes para ocupar e catequizar os nativos.
Tefé chegou a ser o maior município do mundo com cerca de 500 mil quilômetros quadrados, área equivalente ao território atual da Tailândia.
A caminho da maior Unidade de Conservação, formada por áreas alagáveis do Brasil – Reserva Mamirauá, as dimensões impressionam os visitantes. Sao mais de 11 mil Km² de várzea, um bioma único. Um lugar de fenômenos como o Encontro das Águas do Rio Tefé, negro, com o Solimões, barrento, recanto de botos e garças.
Na sequência da série Educação na Floresta você vai conhecer a Boca do Mamirauá, comunidade onde aconteceram as primeiras reuniões que deram origem a Reserva que se destaca por ser a primeira unidade de conservação brasileira a tentar conciliar a Conservação da biodiversidade com o movimento econômico das comunidades que vivem ali.
“Tudo aqui é que Deus deixou para a gente, tudo deixado pela natureza, o peixe que a gente quiser comer a gente come, hoje a gente come um tambaqui, amanhã a gente come uma Pirapitinga, ou dia a gente come uma piranha, um peixe liso, um surubim. Então, a gente é muito feliz vivendo aqui dentro da Reserva”, disse a ribeirinha.
Nessa série você vai ainda acompanhar o desafio da Educação no meio da floresta alagada. Nossa equipe foi ainda mais longe para acompanhar a formatura de uma turma de ribeirinhos que enfrentou muitos obstáculos para concluir um curso técnico inédito: gestão de desenvolvimento sustentável. “Abriu muito minha visão porque eu já trabalho como agente ambiental voluntário e o curso veio para agregar mais valor para minha vida”, disse uma das formandas.

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