Classificação
é resultado do ranking internacional Expertscape, que organiza especialistas de
acordo com publicações científicas.
O pesquisador do Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema (IPPCB/FMT-HVD), Dr. Wuelton
Monteiro, foi classificado como a principal referência em pesquisa em ofidismo do Brasil, de acordo com levantamento do ranking internacional Expertscape. Ofidismo é o quadro de envenenamento decorrente da picada de serpentes, evento comum na região amazônica.O Expertscape organiza a literatura médica dos últimos 10 anos por especialidade, levando em
consideração publicações científicas, para determinar os principais especialistas de uma determinada área da saúde. O ranking, disponível apenas em inglês, possibilita que o usuário utilize filtros de busca para encontrar um expert no mundo, no seu país ou, em alguns casos, até mesmo na sua cidade.

Monteiro é coordenador grupo de pesquisa Cepclam (Centro de Pesquisa Clínica em Envenenamento por Animais), do IPCCB, e diretor de Ensino e Pesquisa da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). No ranking mundial do ExpertScape o cientista foi classificado entre os 25 principais especialistas da área de pesquisa.

Além de Monteiro, outros sete pesquisadores do Cepclam foram classificados entre os 20 principais
especialistas em ofidismo do Brasil, são eles: Jaqueline Sachett, Iran Mendonça da Silva, Vanderson Sampaio, Marcus Lacerda, Pedro Ferreira Bisneto, Valéria de Moura e Eliane Alves.

De acordo com o pesquisador, o resultado do ranking representa o reconhecimento dos esforços do
grupo e motiva a equipe a continuar se dedicando às pesquisas. “O Brasil promoveu importantes esforços nas últimas décadas para controlar o problema de envenenamentos ofídicos, no entanto, ainda existem lacunas para o cumprimento das nossas metas, particularmente na região amazônica”, salientou.

Sobre o Cepclam – O grupo de pesquisa, que iniciou suas atividades em 2013, dedica-se ao estudo dos problemas relacionados aos envenenamentos ofídico, escorpiônico e por outros animais, avaliando os agravos de forma integral (clínico, toxicológico e ambiental). “Mais de 30% dos acidentes com serpentes acontecem na região amazônica, devido a nossa biodiversidade e ambientes naturais. Nosso grupo trabalha estrategicamente para gerar conhecimento e buscar possíveis soluções para o tratamento desse agravo”, explicou o coordenador.

Atualmente, a principal meta do Cepclam é a criação de procedimentos operacionais e a validação de protocolos simplificados que possam facilitar o manejo de acidentes ofídicos, a fim de permitir a descentralização destes atendimento na Amazônia Brasileira. “A perspectiva é que a implementação deste tipo de protocolo possibilitará a diminuição de tempo na administração de antiveneno,
impactando diretamente na sobrevida das vítimas, geralmente trabalhadores agrícolas ou de extrativismo; além da diminuição dos custos de manejo destes pacientes para sistema público de saúde”.

Formação, capacitação e parcerias – O primeiro workshop promovido pelo grupo, em 2013, foi fundamental para identificar obstáculos e oportunidades de pesquisa. Na oportunidade, reuniram-se representantes das secretarias de saúde dos estados amazônicos, produtores de antiveneno, universidades, hospitais de referência e o Ministério da Saúde.

Um dos resultados do encontro foi a proposta de criação da Rede de Ofidismo da Amazônia (ROdA),
encabeçada por pesquisadores do Instituto Butantan e da FMT-HVD. A partir da criação da ROdA, foram iniciados projetos de pesquisa com colaboração nacional e internacional, especialmente com o Instituto Butantan, a Universidade Federal do Acre (UFAC), a Universidade de Brasília (UNB), o Instituto Clodomiro Picado e a Duke University (Estados Unidos).

O Cepclam também investe na formação e capacitação de profissionais que possam contribuir para a
busca de melhores soluções e tratamentos para esses agravos.

 

Atualmente o grupo é formado por mais de 30 pesquisadores e alunos, e já formou 10 mestres e 5 doutores.

Principais área de pesquisa do Cepclam:
– Fisiopatogenia dos acidentes: estudo da imunidade local e sistêmica nos acidentes botrópicos;
– Distúrbios de coagulação: explora as alterações dos hemostáticas e o papel da inflamação nas
manifestações hemorrágicas a partir de amostras clínicas;
– Carga de doenças: pesquisa o número de envenenamentos, complicações agudas e sequelas ocorrem nas áreas remotas, onde a população tem acesso limitado ao antiveneno;
– Estudos econômicos: Importante foco de pesquisa do grupo, levando em consideração os custos
anuais associados ao ofidismo na Amazônia.

Coordenador do Cepclam – Wuelton Marcelo Monteiro possui graduação em Farmácia-Bioquímica pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), mestrado em Análises Clínicas pela UEM e doutorado em Doenças Tropicais e Infecciosas pela Universidade do Estado do Amazonas. Atualmente é pesquisador e diretor de Ensino e Pesquisa da FMT-HVD.

É investigador principal ou coordenador de diversos projetos de pesquisa financiados pela
Fundação Bill & Melinda Gates, Instituto Butantan, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em colaboração com instituições nacionais e internacionais renomadas. Tem cerca de 200 artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais.

Fotos: Érico Xavier/Instituto Carlos Borborema

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