Mesmo diante das dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19, os sete Centros de Convivência Estadual da Família (CECFs) e do Idoso (Ceci) mantidos pelo Governo do Amazonas, sob a administração da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), realizaram 223.008 atendimentos, entre presenciais e virtuais, no período de janeira a outubro deste ano.

Nos quatro meses de maior incidência da Covid-19, entre abril e julho, os CECFs ficaram impossibilitados de realizar o atendimento presencial, dando lugar a uma programação remota, por meio das redes sociais. Mesmo assim, todo o calendário previsto para esses meses, como Páscoa, Dia das Mães, Campanha de Prevenção a Violência Sexual contra Criança e Adolescente e até a Festa Junina foram promovidas virtualmente.

A secretária titular da Seas, Maricília Costa, explica que a maior preocupação da gestão foi evitar que os atendimentos sofressem descontinuidade e nesse sentido, sua equipe se superou.

“Percebemos que todos foram muito criativos e que se esforçaram para dominar as ferramentas de comunicação das novas tecnologias para manter o contato e o atendimento aos usuários. Apesar de ser um ano desafiador, creio que todos saíram mais fortalecidos”, avaliou.

“Cada um na sua casa fez arraiais com comidas típicas que foram postadas nas redes sociais dos CECFs”, informou a coordenadora do projeto Rede de Proteção da Seas, Ítala Rodrigues, destacando ainda que em junho foi realizada a campanha de Erradicação ao Trabalho Infantil e Contra Violência ao Idoso; Dia dos Avós, em julho; e dos Pais em agosto. Dessa forma, foram realizadas todas as atividades previstas no calendário. “Não deixamos de cumprir nenhuma atividade, apenas fizemos de maneira remota”, assegurou.

Reinvenção – Segundo a coordenadora, nesse período de isolamento social, seguindo as orientações do Governo do Estado para conter a propagação do coronavírus, foi possível se reinventar. Os CECFs e o Ceci pararam as suas atividades presenciais no dia 16 de março, quando saiu o Decreto Estadual nº 42.061, que determinou que os servidores em situação de risco – portadores de doenças crônicas e idosos –trabalhassem no sistema home office.

Por sua vez, os técnicos dos centros, que não tinham o hábito de atender os usuários a distância, conseguiram realizar um bom trabalho, resultando em 3.500 atendimentos em abril; 6.100 em maio; 4.900 em junho. Em julho, foram realizados 28.800 atendimentos remotos. “Foi um período muito bom, a gente conseguiu fortalecer vínculos por meio das redes sociais”, informou Ítala Rodrigues.

De acordo com a coordenadora, a direção dos Centros de Convivência e do Idoso, com a supervisão da equipe técnica formada por psicólogos, assistentes sociais e pedagogos, não parou de trabalhar. Os atendimentos socioassistenciais passaram a ser feitos por meio do celular, grupos de WhatsApp e videochamadas, principalmente para os idosos.

“Eles precisavam saber que, mesmo sem o contato físico, estávamos presentes na vida deles nesse período de isolamento social”, disse Ítala, lembrando que esses locais funcionaram como ponto de encontro entre amigos para conversar, fazer atividades físicas e cultural.

Escuta qualificada – No período mencionado, foram realizadas 651 escutas por psicólogos, a maioria feita por videochamadas; 637 visitas, priorizando os idosos que se sentiam tristes, solitários e até abandonados. Os 34 grupos de convivência, formado por idosos e mulheres, semanalmente trabalham temas pertinentes ao momento atual.

“Atendemos 605 pessoas por meio das atividades feitas pelos grupos, cujos técnicos dos CECFs enviam mensagens, vídeos, imagens, textos e brincadeiras”, frisou a coordenadora.

Atividades em casa – Frequentadores assíduos do Ceci há mais de dez anos, Wilson Dias do Nascimento, 81, e Maria Madalena do Nascimento, 71, casados há 37 anos, não se renderam aos efeitos maléficos da Covid-19, nesse período de isolamento social. Mesmo não indo ao centro diariamente, como faziam anteriormente, por serem do grupo de risco, continuam participando de algumas atividades de casa.

“A professora passa os vídeos com exercícios e de coreografias e nós fazemos em casa”, disse Maria Madalena, que participa de várias atividades no centro como dança do carimbó, dança livre, hidroginástica, musculação, caminhada e alongamento.

Por se tratar de pessoas atuantes, já que foram Mestre-Sala e Porta-Bandeira de várias escolas de samba de Manaus, entre as quais Vitória Régia, Sem Compromisso e Coroado, o casal não sente o “peso” da idade, lembrando que é bom envelhecer com vida saudável, que depende de fatores como boa vontade de fazer caminhada, exercícios físicos e ter uma boa alimentação.

Para o casal, participar das atividades do Ceci, foi uma decisão acertada, porque além da chance de participar de várias atividades, ganharam uma legião de amigos, inclusive para desfrutar de uma partida de dominó.

“Mesmo nesse período de pandemia, continuamos contando com o apoio dos técnicos do Ceci, que semanalmente entram em contato conosco para saber como estamos, se preocupam com nossas vidas, e isso é muito bom”, mencionou Madalena.

Integrar famílias – Funcionando em vários pontos da cidade, os CECFs atuam no sentido de promover a integração de famílias e comunidades, visando a convivência e sociabilidade da população em situação de vulnerabilidade e risco social. Os atendimentos são realizados por meio de serviços de assistência enfocando os direitos à proteção social pública, de seguridade social e à defesa da cidadania dos usuários.

Na avaliação da diretora do Departamento de Proteção Social Básica (DPSB), Selma Melo, os Centros de Convivência têm como objetivo promover a integração dos serviços da rede socioassistencial do Sistema Único de Assistência Social (Suas). “A Seas trabalha em parceria com outras secretarias estaduais para que sejam ofertados cursos, atividades físicas e culturais para crianças, jovens, adultos, idosos e pessoas com deficiência”.

FOTOS: Arquivo Seas

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