A rotina do Abrigo Emergencial da Arena Amadeu Teixeira, criado pelo Governo do Estado como forma de minimizar os impactos do novo coronavírus na população em situação de rua, foi marcada pela distribuição de kits de higiene para os 112 acolhidos nesta segunda-feira (20/04). Os atendidos no local receberam kits compostos de toalha, creme dental, escova de dentes, uma barra de sabão, sabonete, um rolo de papel higiênico, desodorante, barbeador.
O Abrigo é coordenado pela Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), em parceria com a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Sejusc) e o Fundo de Promoção Social e Erradicação da Pobreza (FPS), e em articulação com órgãos municipais e Organizações da Sociedade Civil (OSCs) fomentadas pelo Governo do Estado.
A organização da rotina foi a maneira que os coordenadores do local encontraram para ter controle sobre a distribuição dos kits de higiene, uma vez que as perdas eram frequentes. A partir de reunião realizada entre as equipes psicossociais do abrigo e os abrigados, chegou-se ao consenso de que a distribuição semanal, sempre às segundas-feiras, era a melhor sistemática para a manutenção da rotina de funcionamento da unidade de acolhimento e da preservação da autonomia dos acolhidos, principalmente em relação ao cuidado com a higienização pessoal e de seus itens pessoais.
“Quando recebem os kits, eles assinam um termo para comprovar a entrega desses itens. Assim, eles se organizam melhor e passam a ser mais cuidadosos com os materiais que recebem”, pontuou Adriana Pellin, uma das coordenadoras do Abrigo Emergencial da Arena Amadeu Teixeira.
Rotina – Em todos os abrigos emergenciais que atendem à população em situação de rua, coordenados pela Seas, há uma rotina a ser seguida. Às 6h30 a TV é ligada para os abrigados já se organizarem para tomar banho; às 8h30 o café da manhã é servido, e às 10h iniciam as atividades livres. O almoço começa a ser servido às 11h30. Os lanches são servidos às 15h, e às 18h tem início o jantar.
Às quintas-feiras, toalhas e lençóis são recolhidos para que sejam lavados e depois, devolvidos. Alguns acolhidos preferem lavar suas próprias roupas, por isso eles recebem barras de sabão.
Assim que foi implantado o acolhimento emergencial, as pessoas em situação de rua que recorriam ao local não compreendiam a sistemática dos regramentos adotados pelas equipes do abrigo, mas aos poucos, foram compreendendo a necessidade de seguir regras.
Existem alguns casos de pessoas que não conseguem seguir a rotina da unidade de acolhimento e podem ser desacolhidos pelo descumprimento das regras. Para tanto, assinam um termo expressando sua decisão em serem desacolhidos por não desejarem seguir as orientações do bom funcionamento do abrigo.
Além da oferta de refeições, banhos e acolhimento, todo o trabalho um psicossocial é ofertado com o objetivo de identificar as principais demandas dessas pessoas e, na medida do possível, encaminhá-las para a rede socioassistencial e intersetorial, para acesso a serviços que possam proporcionar autonomia e resolutividade das demandas apresentadas.
Equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), por meio do Consultório de Rua e da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), auxiliam com pequenos procedimentos, como curativos, aferição de temperatura e pressão arterial, e apoiam no monitoramento da saúde dos acolhidos.
Doações – A sociedade pode apoiar o trabalho nos abrigos por meio de doações. Os itens mais necessários no momento são barbeadores, desodorantes aerossóis, fraldas geriátricas, creme dental, escovas de dentes e fraldas descartáveis infantis de tamanho extra grande. A doação de também de gêneros alimentícios para o lanche dos acolhidos também é bem-vinda.
As entregas podem ser feitas na sede da Seas, na avenida Darcy Vargas, 77, bairro Chapada; no Teatro Amazonas, no Largo de São Sebastião, Centro; na sede da Sejusc, na rua Bento Maciel, 2, Conj. Celetramazon, bairro Adrianópolis.
FOTO: Divulgação/Seas