Após uma temporada no Teatro Municipal de Santiago, no Chile, em novembro de 2019, cenários e figurinos da ópera “Fausto”, de Charles Gounod, sucesso do 21º Festival Amazonas de Ópera (FAO), estão de volta à Central Técnica de Produção (CTP), da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. A partir desta parceria, o Amazonas se consolida no mercado internacional e se prepara para exportar novas produções.

O próximo passo, segundo o titular da pasta, Marcos Apolo Muniz, será no 23º Festival Amazonas de Ópera, entre os dias 18 de abril e 7 de junho. O evento contará, na programação, com produções como “Fidelio”, única ópera de Beethoven, numa montagem em conjunto com a Ópera da Colômbia e “Peter Grimes”, de Benjamin Britten, numa produção em parceria com a Universidade de Los Andes, de Bogotá.

“Essa troca é muito bem vista internacionalmente, porque o mercado cresce com isso e movimenta a cadeia produtiva da ópera, uma das maiores que tem dentro das manifestações artísticas”, comenta o secretário. “Temos a intenção que ‘Peter Grimes’ circule e saia do Brasil, mas são decisões que vem depois que a produção está pronta. Já a ópera da Colômbia vamos trazer semipronta, para construir os cenários aqui”.

Articulação – Conforme Muniz, antes da nova montagem no país vizinho, “Fausto” também teve uma série de sete apresentações no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em julho do ano passado. Ele explica que a negociação com o Chile iniciou durante uma reunião da Ópera Latinoamérica (OLA), parceria importante para colocar os trabalhos realizados no Amazonas em pauta.

“A OLA é um grande mercado de troca, que, a cada reunião, coloca na mesa o que cada teatro tem, e o reconhecimento à qualidade do que é apresentado no Festival Amazonas de Ópera é um indício da maturidade que chegamos ao entrar no mercado internacional”, afirma o secretário. “O estado começa a receber pelo que é produzido aqui com a cultura como produto de exportação”.

Liderança – Produtora executiva do Festival, Flávia Furtado adianta que já está na articulação de parcerias para 2022. Ela destaca que a repercussão positiva sobre o mercado internacional faz com que teatros brasileiros tenham o Amazonas como referência.

“Começamos a trajetória com esse passo a mais no festival, de exportar produções e entrar no mercado internacional já num nível de competir, e isso nos consolida na liderança. Agora, precisamos transformar isso em renda para o estado”, comenta a produtora executiva.

“Nos nossos encontros de economia criativa da OLA, conseguimos colocar a ópera em pauta, e outros estados têm nos procurado para fechar parcerias, é a opera tomando fôlego. Desta forma, podemos valorizar nossos profissionais, formar mão de obra em outros lugares e levantar essa indústria no Brasil”.

FOTOS: Michael Dantas/Secretaria de Cultura e Economia Criativa

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