Reportagem: Beatriz Nunes Gomes Ferro

Foto aérea: Welder Alves
A cidade de Belém, capital do Pará, foi escolhida para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. O Brasil assume a presidência do evento e pretende transformá-lo na “COP da implementação”, com acordos mais concretos e metas ambiciosas para o enfrentamento da crise climática.
O local da conferência carrega forte simbolismo. Realizar a COP30 em plena Amazônia significa aproximar decisões políticas dos desafios reais vividos por comunidades tradicionais e pelos ecossistemas da floresta. A escolha reforça o papel estratégico da região nos esforços globais de preservação ambiental e sustentabilidade.
Até o momento, mais de 130 delegações já confirmaram presença. Para receber os participantes, o governo estadual anunciou medidas de redução nos preços de hospedagem, com queda nas tarifas de hotéis e imóveis por temporada. Mesmo assim, a infraestrutura de leitos ainda é considerada um desafio diante do número esperado de visitantes.
O cronograma oficial da conferência prevê dias temáticos sobre florestas, oceanos, biodiversidade, povos indígenas, agricultura, segurança alimentar e equidade de gênero. A ideia é promover uma agenda inclusiva, dando espaço para governos, sociedade civil, setor privado e comunidades locais, ampliando o diálogo e a participação.
Apesar do entusiasmo, surgem preocupações logísticas e diplomáticas. O custo elevado de hospedagem na cidade fez alguns países considerarem reduzir o tamanho de suas delegações. Além disso, projetos de obras urbanas em áreas ambientalmente sensíveis, como a abertura de novas vias, levantaram críticas sobre a coerência entre discurso e prática.
As autoridades locais garantem que Belém está preparada para receber o mundo. O governo federal, em parceria com o estado, investe em infraestrutura urbana, mobilidade, saneamento e turismo, visando adequar a cidade para o evento. O esforço é visto como uma oportunidade de deixar um legado positivo para a população paraense.
A expectativa é que a COP30 vá além do protocolo diplomático e se torne um marco para compromissos reais em defesa do planeta. Com a Amazônia como pano de fundo, Belém do Pará promete ser palco de debates decisivos que poderão redefinir os rumos da política climática mundial.



