Decorrente da alta das exportações da carne bovina brasileira, o aquecimento no mercado desta proteína animal vem estimulando o consumo alternativo de carne vermelha e fazendo da criação de ovinos e caprinos (ovinocaprinocultura) uma opção para a população brasileira. No Amazonas, esta modalidade pecuária vem ganhando vigor: em 2019, o mercado de criação de ovinos e caprinos somou 60.789 em rebanhos, sendo 14.381 cabritos e 46.408 de ovelhas, de acordo com dados atualizados da Secretaria de Produção Rural do Estado do Amazonas (Sepror), por meio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam).

O número se deve aos criadores e ao Governo do Estado, que revitalizou e trouxe prestígio para todo o setor primário, a partir do resgate de diversas exposições agropecuárias. Destacam-se aí a Exposição Agropecuária do Amazonas (Expoagro) e a Exposição de Ovinos e Caprinos Sustentável do Amazonas (Expovicam), que foram fundamentais para alavancar o ramo de ovinocaprinocultura, motivando os criadores das espécies, além das ações de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) por meio de cursos, palestras e orientações técnicas.

Uma das pessoas motivadas é o produtor Ariel Almeida, criador de rebanhos de ovinos e caprinos há 2 anos. Ele relata como foi importante o apoio do Governo na retomada das exposições, para o incremento do seu trabalho.

“Comecei meu rebanho consumindo em família a carne de ovelha, depois pesquisei o mercado e notei que era possível trabalhar com ela. Então, no ano passado, na Expoagro, mudamos alguns conceitos de criação e parâmetros genéticos, aprendendo mais sobre infraestrutura. Assim pude melhorar a minha criação e torná-la uma opção de ganhos econômicos, já que eu ainda aproveito minhas áreas de plantio para o pastejo dos animais, além de aproveitar o esterco gerado para adubação das culturas que tenho”, ressaltou.

A zootecnista da Sepror, Meyb Seixas, conta que as condições de fotoperíodo e clima propício no Amazonas para produção de forragem favorecem o ciclo reprodutivo desses animais durante o ano todo. Com isso, as ovelhas e cabras se desenvolvem exteriorizando seu potencial genético com êxito, aliado à aplicação das técnicas de criação.

A zootecnista explica que as perspectivas para 2020 são as melhores, já que existe um mercado consumidor em ascensão no Amazonas de carne de cabras e ovelhas.

“Para este ano, estamos planejando muitas ações, como cursos e palestras, que possam contribuir nesse crescimento. Além do enorme valor nutricional, esta organização da cadeia produtiva é primordial para que os projetos de abatedouros ovinos e caprinos que estão em andamento possam ter oferta de matéria-prima constante para seu abastecimento o ano todo, já que a maioria da carne consumida hoje no Amazonas é proveniente de outros estados”, destacou.

Durante a Expovicam em 2019, cerca de 400 animais estiveram à disposição do público, que conheceram as raças, bem como a forma de manejo, por meio de veterinários, zootecnistas e engenheiros agrônomos do Governo do Estado e Universidades.

Produzindo ovinos e caprinos há 14 anos, o criador Raimundo José conta que em 2019 recebeu uma grande demanda de pedido nas feiras. “Na Expovicam vi muita gente querendo conhecer o ramo para ter um sustento viável, e isso me deixou contente. Já na Expoagro, consegui vender todo meu rebanho. Para 2020, já tenho esperança de que será superaquecido, tanto para o criador como para o consumidor, devido à estrutura genética”, finalizou.

FOTOS: Islânia Lima

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