Tucunaré é um dos peixes mais cobiçados no pesque e solte, modalidade que movimenta cerca de R$ 300 milhões na economia local

O Amazonas é um dos destinos mais procurados do país quando o assunto é pesca esportiva, principalmente quando se trata do famoso tucunaré, peixe símbolo da atividade na região. O interesse pela modalidade traduz-se em números: são cerca de R$ 300 milhões movimentados por ano no segmento esportivo. Com o intuito de fortalecer o ramo no Estado e discutir um sistema de conservação da espécie, o Grupo de Trabalho (GT) do Tucunaré realizou sua primeira reunião nesta quinta-feira (12/03), em Manaus.

Criado pela Portaria n° 21, de 14 de fevereiro de 2020, o GT é coordenado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e foi formado com o objetivo de discutir de maneira técnica e científica a regularização do ordenamento pesqueiro do tucunaré no Amazonas, sobretudo para o segmento da pesca esportiva. Estima-se que a modalidade, além de movimentar R$ 300 milhões, atrai mais de 20 mil turistas anualmente.

De acordo com o coordenador geral do Departamento de Mudanças Climáticas e Unidades de Conservação da Sema, Rogério Bessa, responsável pelo núcleo de pesca da Secretaria, o GT busca debater a importância da espécie tucunaré (Cichlas spp.) para o Amazonas. Segundo ele, o ordenamento pesqueiro do tucunaré incentiva o desenvolvimento da atividade de maneira sustentável para o crescimento econômico do Estado.

“Possuímos a maior bacia hidrográfica do mundo e o que não faltam são opções na região para a prática da pesca esportiva sustentável, especialmente para o pescador turista que vem em busca do tucunaré. Este peixe é um dos principais motivos para o pescador esportista se sentir atraído a visitar o nosso estado e conhecer as nossas belezas”, destacou Bessa.

Atualmente, são conhecidas ao menos 16 espécies de tucunaré: vazzoleri, pinima, temensis, entre outros. Um dos mais procurados pelos pescadores é o tucunaré-açu, conhecido como “peixe troféu”, chegando a alcançar 13 kg e mais de um metro de comprimento.

Bessa ressaltou que a maioria dos estados do Amazonas possui potencial para a prática da pesca esportiva do tucunaré, mas a atividade está concentrada nos municípios de Barcelos (a 399 km de Manaus), Santa Isabel do Rio Negro (a 630 km de Manaus), Autazes (a 113 Km de Manaus) e Novo Airão (a 115 km de Manaus), entre outros.

Um dos encaminhamentos do primeiro encontro do GT foi a discussão do cronograma de ordenamento pesqueiro do Rio Negro, que será realizada ao longo de 2020. A atividade iniciará com realização de uma excursão, prevista para ocorrer de abril a maio deste ano, para promover a sensibilização dos moradores sobre o ordenamento pesqueiro do tucunaré na localidade.

Além da Sema, o GT é composto pela Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur).

Unidades de Conservação e pesca esportiva – Das 42 UC gerenciadas pela Sema, 13 possuem a pesca esportiva consolidada com um dos pilares econômicos para geração de renda local. A modalidade pode estender-se para até 34 áreas protegidas com potencial de pesca esportiva no Amazonas.

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uatumã, RDS Igapó Açu e RDS do Rio Negro são alguns exemplos de unidades de conservação que recebem grande número de turistas anualmente para pescar o tucunaré. Somente em 2019, na RDS Uatumã, cerca de 1.500 turistas pescadores visitaram o local.

FOTOS: RICARDO OLIVEIRA E LUCY ROCHA

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