Uso de tecnologia, ações integradas e centro de monitoramento fortalecem combate a crimes ambientais. (Foto: Arquivo Ipaam)

O Amazonas registrou uma queda expressiva nos índices de desmatamento e focos de calor durante o mês de junho deste ano. De acordo com o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), a área desmatada no Estado caiu 52,46% em relação ao mesmo período de 2024 — passando de 13.915 hectares para 6.614 hectares. Já os focos de calor reduziram 64,72%, com 91 ocorrências, frente às 258 registradas no ano passado.

Os dados são do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que emite alertas diários de supressão e degradação da vegetação nativa. A ferramenta subsidia ações de controle e prevenção ao desmatamento ilegal e às queimadas não autorizadas em todo o país.

Segundo o diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, os resultados refletem o fortalecimento da vigilância ambiental e o uso intensivo de tecnologias de monitoramento. O Instituto tem investido em ferramentas que permitem acompanhar, quase em tempo real, as alterações na cobertura florestal, assegurando maior agilidade na resposta aos crimes ambientais.

O Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP), coordenado pelo Ipaam, é uma das principais estruturas envolvidas nesse trabalho. O espaço conta com dashboards interativos que disponibilizam diariamente dados atualizados sobre desmatamento e focos de calor em todos os municípios do estado, além de permitir o cruzamento de informações com imagens de satélite.

A coordenadora do CMAAP, Priscila Carvalho, explica que a leitura dos focos de calor é feita com cautela, já que nem toda ocorrência representa uma queimada ilegal. Algumas situações podem estar dentro do que prevê a legislação ambiental. Por isso, antes de qualquer medida punitiva, o Ipaam realiza uma análise criteriosa do contexto de cada área.

Já o técnico do centro, Bruno Affonso, destaca que o desmatamento ilegal e a exploração irregular de madeira geralmente antecedem as queimadas, fazendo parte de um ciclo de degradação ambiental. Ele alerta que queimadas para renovação de pastagens ou uso agrícola também exigem autorização, sob pena de multa de até R$ 3 mil por hectare, conforme prevê a legislação federal.

Os dados de junho mostram que os municípios com maior área desmatada foram Lábrea (2.103 ha), Apuí (1.276 ha) e Boca do Acre (890 ha). Em relação aos focos de calor, os maiores registros foram em Manicoré (32), Novo Aripuanã (19) e Humaitá (11).

Além das penalidades financeiras, o Ipaam pode embargar as áreas desmatadas e apreender equipamentos usados nas infrações. A multa por desmatamento ilegal pode chegar a R$ 5 mil por hectare, valor que dobra quando há uso de fogo sem autorização.

A população pode contribuir com as ações de fiscalização por meio de denúncias à Gerência de Fiscalização Ambiental (Gefa), pelo WhatsApp (92) 98557-9454. As operações de campo seguem intensificadas em todo o Amazonas, com apoio das forças de segurança pública. Para o Ipaam, a integração entre os órgãos ambientais é estratégica para garantir a proteção da floresta e conter os impactos da degradação ambiental.

 

*Com informações da Agência Amazonas

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