A baixa quantidade de técnicos para trabalhar nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), somada à demanda crescente de crianças e adolescentes envolvidos com drogas, estão entre as dificuldades enfrentadas pelos gestores municipais que atuam no Sistema Único da Assistência Social (Suas). A informação foi repassada por gestores e trabalhadores que estão participando da oficina Gestão do Suas, realizada pela Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), por meio do Departamento de Gestão do Suas (Dgsuas).
O evento iniciou na manhã desta terça-feira (03/03) e se estende até sexta-feira (06/03), no auditório da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA), na avenida Darcy Vargas, 1.200, Parque Dez. Mais de 40 representantes municipais, entre gestores e trabalhadores, participam da formação, que engloba a gestão do Suas, do conceito à prática, nas funções da política de assistência social.
Entre os participantes está o secretário de Assistência Social de Apuí, Jonatas Fernando Leite, que veio se preparar para adquirir conhecimentos e, com isso, implantar a vigilância socioassistencial, área vinculada à gestão do Suas que tem como responsabilidade a produção, sistematização e análise de informações territorializadas sobre as situações de risco e vulnerabilidade que incidem sobre famílias e indivíduos.
“Estamos vindo buscar conhecimento para tentar organizar a secretaria, para agir de forma correta, visando ajudar aqueles que mais necessitam dos serviços socioassistenciais”, disse o secretário, informando que Apuí tem algo em torno de 20 mil habitantes e economia girando em torno da agropecuária. “A população de baixa renda ainda é pequena, mas já começa a apresentar problemas sociais, o que exige de nós agir para evitar que aumentem futuramente”, completou.
Recursos Humanos – O maior problema enfrentado pela coordenadora do Cras de Borba, Stella Leão Cavalcanti, está na parte de gestão, principalmente referente a escassez de recursos humanos, inerente a assistência social. São mais de 1,2 mil famílias atendidas no Cras, o que requer uma atenção dobrada por parte dos trabalhadores que atuam com o Suas.
“São mais de 38 mil habitantes no município, cuja demanda na área psicossocial é grande. Por conta disso, acumulamos muitas funções pela falta de recursos humanos para atender os vários programas que desenvolvemos”, disse Stella, que vai aproveitar ao máximo a oficina, tanto na parte prática quanto nos debates, para tirar todas as dúvidas inerentes ao Suas.
Responsável pela vigilância socioassistencial que está em fase de implantação na Secretaria Municipal de Assistência Social do Juruá, Jéssica Chaves, espera aprender ao máximo sobre o Suas para colocar em prática quando chegar no município, considerado de médio porte, com 13 mil habitantes.
“Temos uma demanda psicossocial grande nos serviços de proteção social especial de média e alta complexidade, o que fica pesado para o Cras atender nessas duas áreas, já que não temos Creas”, informou, ressaltando que o envolvimento de crianças e adolescentes com drogas tem sido um dos problemas graves enfrentados pelas famílias de baixa renda.
A oficina de gestão do Suas, realizada no período da manhã e tarde, continua nesta quarta-feira (04/03) abordando temas como estrutura básica da gestão, formada pelas Gerências de Gestão do Trabalho, Informação e Vigilância, e como se dá a implementação dessas três áreas no âmbito das secretarias municipais.
FOTOS: Divulgação/Seas