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O Governo do Amazonas estuda a construção de um parque tecnológico da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A proposta é abrir uma nova frente de desenvolvimento econômico e social, por meio da produção de conhecimento voltado às potencialidades regionais com geração de emprego e renda nas comunidades locais. Agregar insumos amazônicos aos produtos do Polo Industrial e estimular novas tecnologias para as indústrias naval e de pesca são exemplos de economias ainda pouco exploradas.
Uma das propostas estudadas pelo governador Wilson Lima é aproveitar a estrutura abandonada do projeto Cidade Universitária da UEA para implantar o parque tecnológico. Na última sexta-feira (13/4), o vice-governador, Carlos Almeida, e o reitor da UEA, Cleinaldo Costa, conheceram a estrutura e modelo de gestão do Complexo Eco Tecnológico Damha, em São Carlos, estado de São Paulo, conhecida como a cidade do conhecimento.
A concepção e gestão do complexo tecnológico é do Inova, instituto sem fins lucrativos que fez o convite ao vice-governador e ao reitor da UEA.
Novos caminhos – “Viemos conhecer a concepção do complexo, como ele funciona, as parcerias aqui integradas, de governos à iniciativa privada, o modelo de gestão porque temos tudo para implantar esse tipo de empreendimento no Amazonas: dispomos da vasta riqueza da floresta como insumo para produtos inovadores e a decisão do governador Wilson Lima, de buscar novos caminhos econômicos, além da Zona Franca, para a geração de emprego e renda no estado’’, destaca Carlos Almeida.
O Complexo Eco Tecnológico Damha abriga de startups, pequenas empresas que investem em uma ideia inovadora, à unidades de grandes corporações que apostam em produtos que farão diferença no mercado, nos mais variados segmentos. O conceito de complexo tecnológico integrado à natureza é pioneiro, do início dos anos 2000, e tem contribuído para São Carlos ampliar a produção de conhecimento, o seu maior diferencial. O município tem média de 1 doutor para cada grupo de 180 habitantes, desempenho melhor que o de países da Europa.
Um parque tecnológico no Amazonas ampliará a estrutura e o alcance da Escola Superior de Tecnologia da UEA. “A indústria atual está se reinventando na era digital e precisamos decidir que caminho queremos seguir. O investimento na produção do conhecimento fomentará uma nova economia, capaz de gerar milhares de emprego ao explorar todo o nosso potencial amazônico’’, defende Cleinaldo Costa.
Futuro agora – Algumas das razões para implantar o parque de tecnologia, na estrutura abandonada da Cidade Universitária, são: retomada do projeto para o fortalecimento do ensino superior via UEA; a proposta de integrar as comunidades locais e de municípios vizinhos à chamada bioeconomia; além da importância do estado começar a produzir conhecimento, iniciando uma nova era de desenvolvimento.
Pela localização, com margens para o rio Negro, o parque tecnológico na Cidade Universitária será propício, por exemplo, para implantar laboratórios voltados à produção de tecnologias aplicadas à indústria naval e à indústria pesqueira, de elevado potencial, mas ainda incipientes no Amazonas. De tudo que se pesca no Estado, cerca de 200 mil toneladas por ano, em torno de 10%, são beneficiados.
Facilitador de negócios – Ao unir universidade e empreendedores, a possibilidade de desenvolvimento de produtos inovadores é grande. E como destaca o reitor da UEA, onde existe a estrutura adequada, o investimento chega e o capital intelectual se fixa. No Complexo Eco Tecnológico Damha, em São Carlos, não é diferente, afirma a Diretora geral do Instituto Inova, Bruna Boa Sorte. Há casos de startups que começaram em salas de 3 por 4 metros e hoje estão em prédios com 200 a 300 colaboradores.
“O complexo é pioneiro, tem certificação de qualidade internacional e acreditamos que o Amazonas tem grande potencial nesse tipo de empreendimento’’, destaca a diretora geral do Inova. Na avaliação do consultor do empreendimento Pedro Paro, esse perfil de complexo é uma tendência mundial, que encontra no Brasil o diferencial da natureza, em especial na biodiversidade amazônica.