Espécie é a mais pescada, consumida e comercializada no estado, segundo dados do Idam e da Colônia dos Pescadores de Manaus

Peixe que tem fama de arrebatar os visitantes do Amazonas pelo seu paladar, o jaraqui é também o mais pescado, comercializado e consumido no estado, de acordo com a Gerência de Apoio à Aquicultura e Pesca (Geape), do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), e a Colônia dos Pescadores de Manaus. Depois dele vem uma lista diversa de espécies, entre elas curimatã, matrinxã, tucunaré, surubim e tambaqui.

O jaraqui e as demais espécies de pescado são a principal fonte de proteína animal para grande parte da população do Amazonas, que é o maior consumidor no Brasil e um dos maiores do mundo. Alimento básico para 500 mil habitantes da zona rural do Amazonas, o pescado tem consumo per capita por ano em comunidades ribeirinhas de até 180 quilos, segundo dados estimados do Idam. Nas sedes municipais, o consumo estimado é de 40 quilos/pessoa/ano e, em Manaus, de 33 quilos/pessoa/ano, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, em inglês).

Os jaraquis são encontrados ao longo do rio Solimões/Amazonas e em seus principais tributários, os rios Negro, Madeira e Purus. Segundo o gerente de Pesca da Secretaria de Pesca e Aquicultura (Sepa) da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), João Bosco Silva, os jaraquis sempre foram abundantes e são capturados em grandes cardumes, sendo as espécies mais emblemáticas consumidas pelos amazonenses. Ele acrescenta que existem duas espécies de jaraqui: o Semaprochilodus taeniurus e o Semaprochilodus insignis, respectivamente conhecidos como jaraquis de escama fina e de escama grossa.

Projeto Prioritário – O engenheiro de pesca do Idam, Paulo Ramos Rolim, afirma que a captura de peixes no Amazonas se dá em todos os municípios. Entretanto, 27 municípios foram eleitos para integrar o Projeto Prioritário do Idam para Pesca por sua posição estratégica no estado, uns por serem fronteiriços e outros pela grande produção de pescado. Além disso, pela capacidade de gerarem emprego e renda.

Rolim destacou que municípios fronteiriços têm por natureza boas características para o comércio e, no caso, para se investir na pesca. Sendo assim, estão inclusos no projeto os municípios de Benjamin Constant, Boca do Acre, Guajará, Humaitá, Barcelos e Parintins.

“Vale destacar que Barcelos tem expertise em peixes ornamentais, conhecido como cardinal e de nome científico Paracheirodon axelrodi. O município é o maior produtor do Brasil e do mundo da espécie na natureza, apresentando características e peculiares provenientes do cardinal”, disse o engenheiro de pesca.

Manaus, também inclusa no projeto, tem sua posição de destaque e estratégia por ter o maior porto de desembarque de pescado do estado, com oferta das mais variadas espécies, como jaraqui, branquinha, mapará e curimatã, que têm um valor comercial mais acessível à população, até peixes nobres como pescada, tucunaré, tambaqui e pirarucu.

Outros municípios que integram o Projeto Prioritário da Pesca foram escolhidos, segundo Rolim, por serem bastante piscosos e sofrerem atividade de pesca constante. São eles: Tonantins, no Alto Solimões; Fonte Boa, Maraã e Tefé, nos rios Jutaí, Solimões e Juruá; Lábrea e Tapauá, no Purus; Carauari e Eirunepé, no Juruá; Manicoré, no Madeira; Anori, Autazes, Careiro da Várzea, Coari, Codajás, Iranduba, Manacapuru e Manaquiri, no Rio Negro e Solimões; e Itacoatiara e Maués, no Médio Amazonas.

E, ainda, Novo Airão escolhido pela necessidade de se aproveitar melhor a pequena produção de pescado, para que a população tenha disponibilidade de alimento à base de pescado o ano todo.

De acordo com o relatório do Projeto Prioritário da Pesca, o projeto deve beneficiar 10.800 agricultores familiares até 2022. O crédito rural estimado para o este projeto entre 2019 e 2022 é na ordem de R$ 7.652.988,00.

FOTO: Divulgação/Idam

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