A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Amazonas (Fapeam) realizou nesta sexta-feira (14/08), por meio de videoconferência, a 2ª etapa do Seminário de Avaliação Parcial do Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS), edital N° 001/2017. Dos 17 projetos de pesquisa selecionados pelo programa, seis foram apresentados ao Comitê Gestor do PPSUS.

As apresentações da 6ª edição do PPSUS foram realizadas por meio de transmissão interativa, com o intuito de respeitar as medidas temporárias de isolamento social diante do contexto de pandemia do novo coronavírus.

O objetivo do seminário é que os coordenadores dos projetos de pesquisa apresentem ao Comitê Gestor do PPSUS, como forma de prestação de contas, os resultados parciais alcançados, assim como, verificar o cumprimento do cronograma de execução, propor ajustes metodológicos, quando necessário, promover o debate em torno dos principais problemas de saúde da população do estado e aproximar os grupos de pesquisa envolvidos no programa.

Durante as apresentações, o Comitê Gestor do PPSUS considerou o cumprimento dos objetivos, da metodologia, do cronograma de execução do programa, o alinhamento dos projetos científicos ao PPSUS para contribuir com a promoção da melhoria das ações e políticas de saúde em âmbito local, regional e nacional.

PPSUS – Esta edição do programa conta com investimento em torno de R$ 3 milhões destinados a financiar projetos de pesquisa, com duração de 24 meses, que promovam a melhoria da qualidade da atenção à saúde no estado do Amazonas, no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), representando significativa contribuição para o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) local.

O PPSUS é desenvolvido com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fapeam, em parceria com o Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas (Susam).

No Amazonas, a primeira edição do PPSUS foi lançada em 2004 e a Fapeam é a agente executora do programa, estruturado pelo Ministério da Saúde e parceiros para apoiar e fortalecer o desenvolvimento de projetos de pesquisa que busquem soluções para as prioridades de saúde e atendam às peculiaridades e especificidades de cada Unidade Federativa (UF). A aproximação entre os sistemas estaduais de saúde e de ciência e tecnologia e a comunidade científica, promovida pelo PPSUS, permite maior interação entre os atores locais para o fortalecimento da Política Nacional de Saúde.

Instituições – Os projetos foram desenvolvidos por pesquisadores de cinco instituições, sendo elas: Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT- HVD), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Fundação Oswaldo Cruz – Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam).

Abertura – Participaram da cerimônia de abertura a diretora-presidente da Fapeam, Márcia Perales; a diretora técnico-científica da Fapeam e membro do Comitê Gestor do Programa de Pesquisa para o SUS no Amazonas, Marcia Irene Andrade; a coordenadora nacional do PPSUS, do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde DECIT/SCTIE/MS e membro do Comitê Gestor do Programa de Pesquisa para o SUS no Amazonas, Marge Tenório; a representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e membro do Comitê Gestor do Programa de Pesquisa para o SUS no Amazonas, Suzana Rachel de Oliveira; o representante da Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), André Luis Willerding; e a representante da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas, Nívia Barroso de Freitas.

Para a diretora-presidente da Fapeam, Márcia Perales, os resultados da execução dessas pesquisas são extremamente importantes para o fortalecimento do SUS e para a busca de melhores condições de saúde para a população do Amazonas. “Sem dúvida nenhuma, o PPSUS é um programa consolidado e que vem obtendo êxito em função de seus resultados”, destacou.

Projetos – Um dos projetos apresentados durante o seminário foi desenvolvido pelo pesquisador da UEA, Antônio Gelson Nascimento, com o tema “Percepções sociais e institucionais sobre mortalidade por causas violentas no estado do Amazonas”, que tem por objetivo analisar as percepções de diferentes atores sociais e institucionais acerca das mortes violentas por agressões, suicídios e acidentes de trânsito, quanto aos envolvidos, da motivação e da resposta dada pelo Sistema de Saúde.

“De forma efetiva, os resultados permitirão a identificação do padrão de serviços públicos de saúde ofertados à população residente no Amazonas, sobretudo nos municípios mais populosos e mais afetados pelas mortes violentas, levando-se em conta o acesso à Rede de Atenção à Saúde de cada município alcançado pela pesquisa”, disse Antônio Gelson.

Outro projeto apresentado foi do pesquisador do Hemoam, Nelson Fraiji, com o título “Estratégia de Telessaúde para melhoria da assistência onco-hematológica em áreas remotas do estado do Amazonas”, o qual procura avaliar uma metodologia de diagnóstico e assistência remotos para os casos de doenças do sangue que acontecem no interior do estado.

“O estudo avalia a utilização de plataforma WEB e do aplicativo Whatsapp como ferramentas que propiciem uma elevação no número de casos diagnosticados no interior do Amazonas, assim como, uma melhora na qualidade da assistência. Os resultados iniciais são promissores, pois já tivemos uma elevação em 25% de casos novos de leucemia aguda diagnosticados em crianças, nos municípios do interior”, mencionou Nelson Fraiji.

O coordenador do projeto “Implementação e avaliação do fluxo de atendimento do Serviço de Saúde para doença de Chagas na Região Metropolitana de Manaus, Amazonas”, da FMT-HVD, Jorge Guerra, explicou que o trabalho tem por finalidade implementar e avaliar o fluxo de atendimento pelos serviços de saúde a pacientes com doença de chagas (DC) na Região Metropolitana de Manaus (RMM).

“A implementação da proposta de fluxograma de atendimento aos pacientes com DC, no serviço de saúde do Amazonas, permitirá maior interação entre os serviços, possibilidade de criação de uma rede entre as instituições dos municípios e a capital do estado, ampliação da rede de diagnóstico e atendimento a casos de DC no Amazonas, maior possibilidade de diagnóstico precoce e consequente, intervenção de surtos”, disse Jorge Guerra.

Fotos: Érico Xavier/Fapeam

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