Na capital, estudantes desenvolvem pesquisas em diferentes áreas do conhecimento
Na Semana da Educação, a Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar destaca a ciência como instrumento de incentivo acadêmico na rede de ensino. No último semestre, alunos da Escola Estadual Marechal Hermes, no bairro Nova Esperança, zona oeste de Manaus, dedicaram-se à produção de projetos de iniciação científica em diferentes áreas, como Ciências Naturais, Educação Física e Ciências Humanas.
Um dos trabalhos, orientado pelo professor de Química Anézio Gomes de Oliveira, resultou na obtenção de biodiesel por meio da utilização de óleo descartado, de forma irregular, em igarapés de Manaus. A pesquisa, que contou com a participação de estudantes do Ensino Médio, buscou evidenciar a sustentabilidade como alternativa social para a redução de combustíveis fósseis.
“A gente utiliza o óleo, que é um material altamente viscoso, e utilizamos o processo de transesterificação, que diminui a viscosidade do óleo. E esse óleo é utilizado como biodiesel”, explicou Anézio Gomes.
O projeto ajudou a aluna Ana Paula dos Santos Valadão, de 17 anos, a entender quais áreas pretende seguir após o Ensino Médio. “Na minha opinião, essa iniciativa foi algo que abriu muitas coisas na minha vida. Vai agregar no meu currículo, de muitas formas, e até mesmo me ajudar no meu futuro doutorado, no meu futuro mestrado”, disse a estudante.
Para o professor Anézio, o sentimento é de dever cumprido, ao constatar as contribuições do projeto ao processo educacional dos alunos. “É gratificante. Você vê uma pessoa que você contribuiu para a formação dela, que se tornou uma profissional por excelência e você fez parte daquela história. A educação é o caminho”, disse.
Ainda na área das Ciências Naturais, um grupo de alunos, também da Escola Estadual Marechal Hermes, desenvolveu um projeto que estuda a febre Oropouche, transmitida pelo mosquito maruim. A pesquisa, que está em andamento, resultará em uma cartilha de orientação sobre a doença para a comunidade escolar.
“O primeiro objetivo [desse projeto] é despertar no aluno esse desejo pela pesquisa, de ter esse conhecimento. Se eu estou despertando isso agora, eu acredito que ele vai amadurecer aquilo e, quando chegar na universidade, vai querer participar de outras pesquisas. A semente é plantada aqui”, destacou o professor José Alciney Pinheiro de Oliveira, professor autor da iniciativa.
Incentivo acadêmico
Para além dos muros da escola, o trabalho científico estimula o interesse acadêmico dos jovens. Foi por meio desse incentivo que a aluna Rafaela Carvalho da Costa, 17, se sentiu encorajada a avançar para o Ensino Superior.
A estudante participou do projeto de iniciação científica intitulado ‘Síndrome da Covid longa e a Educação Física escolar: identificando e adequando atividades físicas para os alunos que possuem sintomas da Covid longa na E.E. Marechal Hermes’.
“Eu acho que com esse trabalho eu consegui ganhar muito mais confiança no meu desempenho. Eu acho que isso até ajuda na área que eu vou seguir, que é o jornalismo. Eu quero poder transformar outras vidas, eu quero poder levar informação para lugares onde as pessoas não têm”, disse Rafaela.
A pesquisa da qual a estudante participou foi orientada pela professora de Educação Física Gabriela Antony, que acredita na ciência como forma de promover a permanência dos alunos na Educação Básica e despertar a curiosidade para o conhecimento acadêmico.
“A gente trabalha muito a questão social, ainda mais na comunidade onde nós estamos inseridos. E, assim, foi de suma importância esse projeto, justamente por mostrar para eles que existe algo além dos portões, dos muros da escola. A educação transforma vidas”, disse Gabriela Antony.
FOTOS: Euzivaldo Queiroz/Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar