O Museu da Imagem e do Som do Amazonas (Misam) recebe nesta quinta-feira, 25 de abril, às 10h00 da manhã, a exposição fotográfica “Se este Piano Falasse”, uma homenagem póstuma dedicada a primeira pianista do estado, Celeste Luso Ramos, idealizada e produzida pelo artista visual e fotógrafo Tácio Melo e equipe através da contemplação no edital “Conexões Culturais” da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (ManausCult) e apoio do Núcleo de Fotografia e audiovisual (NFAV) e da Secretaria de Cultura do Amazonas (SEC- AM).
A exposição é uma produção lítero- fotográfica que narra a vida e obra da pianista Celeste Ramos através de textos, fotografias e recortes de jornais da época e que foi inteiramente concebida para despertar no público de visitantes o interesse pela história da cidade de Manaus e da produção cultural e musical do século XX.
Para compor o conjunto de vinte e oito obras ,o idealizador do projeto convidou as fotógrafas Gisele Gomes e Selma Mais que em entrevista para assessoria do projeto contam como surgiu o convite e declararam-se honradas em participar do projeto. Gisele Gomes explicar como surgiu o convite e como está sendo a experiência:”Fui convidada pelo Tácio em uma saída fotográfica que fizemos no Largo São Sebastião em março de 2017. Lembro que fiquei muito feliz com o convite, pois além de ser fã dele como desenhista e fotógrafo também o acompanho nas redes sociais por isso é uma honra participar não só do projeto mas de todas as etapas que o envolve, está sendo uma experiência maravilhosa.” e Selma Maia declara: “É uma honra ser convidada pelo Tacio, segundo ele, uma das minhas características de enxergar os detalhes, fez ele lembrar que meu “olhar fotográfico” poderia agregar ao projeto dele, que trata de uma época romântica em suas vestimentas, aliada a beleza clássica do piano.”
Para representar a pianista, Tácio convidou a modelo, atriz, cantora e bailarina Evelyn Féiix que se declarou muito emocionada com o convite para participar do ensaio: “Fiquei muito feliz, com o convite porque eu não tinha feito nada parecido com esse projeto, há uma história muito forte e verídica então quis me empenhar até em aprender a tocar piano para conseguir aproximar melhor a Celeste Ramos de mim.” e complementa sobre como foi os bastidores e a reação do público que passava pelas locações do projeto: “Foi bastante cansativo pois eu usava um vestido de época que pesava em torno de 3 a 5 kg e estava muito quente e abafado no dia, fiz fotos externas e internas. Passamos pelo Paço da Liberdade, A Biblioteca Publica Municipal e na Praça Largo São Sebastião, tudo isso em um só dia. Aonde eu passava pessoas mexiam comigo, pediam fotos, perguntavam se eu era alguma princesa. Mas tudo deu certo e conforme o horário, e o resultado está grandioso igual a história de Celeste.”
Uma réplica do piano de 1917 que foi leiloado após a partida de Celeste para o Rio De Janeiro também foi um dos principais objetivos propostos por Tacio para compôr o cenário e destacar o contexto histórico da época, e para isso convidou o artesão Márcio Thomaz para integrar sua equipe de trabalho. Marcio se dedicou por volta de sete meses ou mais para a produção da réplica do instrumento e se dispôs inteiramente a fazer uma imersão na vida e obra da pianista junto ao idealizador para captar maior riqueza de detalhes e pesquisas não somente para elaboração do instrumento mas também para simular o cenário e contexto histórico em que este elemento-destaque na exposição, o piano, está inserido.
A produção do figurino e acessórios é uma concepção do ator e diretor de teatro Arnaldo Barreto, que trouxe sua experiência cênica para o projeto no que coube escolher um tipo de figurino que mais se adequasse à proposta visual do ensaio em harmonia com a maquiagem de época pensada e assinada pela Make Up Stylist Ana Paula SImões.
Ao fim de todo o processo de produção, vem a ansiedade e expectativa de mostrar publicamente o resultado, que no caso do artista Tácio Melo, chega a ser mais do que isso, uma necessidade extrema de compartilhar com as pessoas um trabalho de alguns anos de pesquisa, textos produzidos especialmente para esta exposição e uma vontade enorme de falar sobre os artistas que fizeram história na cidade e que por muito tempo ficaram esquecidos, como é o caso da primeira pianista do Amazonas, Celeste Ramos. Para ele antes de tudo, é papel dele como artista trazer a tona tudo isso da forma que ele mais gosta que é pintando, desenhando, ilustrando, desenhando, e neste projeto, mais especificamente escrevendo e fotografando, criando narrativas sobre personagens que marcaram a cidade cuja vida e obra são temas de interesse público.
Sobre a expectativa para a abertura, o artista enfatiza que: “Celeste Ramos foi uma artista que contribuiu para o crescimento cultural da cidade e seu nome ficou apagado por mais de 100 anos. Por isso penso que ela mereça ter uma biografia divulgada. Existe em mim, a necessidade de desvendar mistérios, histórias e apresentar isso para o público e, acho que para uma cidade como a nossa, com muitas histórias, para ter grande valor, é preciso que o passado seja narrado da melhor forma possível. O turista, o visitante, os alunos de escolas públicas ou privadas merecem tem por direito ouvir, ler, ver e saber sobre o passado da cidade.”
Para o idealizador do projeto essa produção fotográfica além de ser uma forma de despertar a sensibilidade do público em geral também é uma forma de promover o desenvolvimento cultural da cidade e um alerta para que não se perca de forma alguma os valores históricos e culturais e complementa que projetar histórias por meio de ilustrações, fotografias ou no cinema, talvez seja o seu principal papel enquanto artista e motivo de pesquisa e produção artística.
O artista revela ainda que os trabalhos não pretendem parar na exposição:”Quero realizar ainda, com base nas pesquisas, num futuro próximo, um curta ou longa metragem sobre a musicista envolvendo alguns profissionais do Audiovisual da nossa região.”
A exposição fotográfica “Se este piano falasse” recebe a curadoria do professor,artista,pesquisador Otoni Mesquita, graduado em Comunicação Social- Jornalismo e em Gravura pela Escola de Belas Artes na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e fica em cartaz no Museu da Imagem e do Som do Amazonas (Misam) localizado no Palacete Provincial da Praça Heliodoro Balbi- Centro no período de 25 de abril até 30 de Junho, de terça a sexta de 09h00 às 17h00 e no fim de semana, aos sábados e domingos de 09h00 às 14h00, com acesso GRATUITO.