Pedalar deixou de ser apenas uma brincadeira de infância ou uma forma alternativa de locomoção. A bicicleta ganhou status: é sinônimo de qualidade de vida, saúde, mobilidade sustentável — e também movimenta a economia.
Só em maio, o Polo Industrial de Manaus produziu 31.627 bicicletas. No acumulado do ano, já são mais de 150 mil unidades fabricadas, o que mantém a capital amazonense como o maior polo de produção do país.
“No geral, o mês de maio foi positivo, muito em linha com aquilo que a gente vem planejando para 2025”, avalia Fernando Rocha, vice-presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).
Entre as tendências que mais se destacam está o crescimento das bicicletas elétricas. De janeiro a maio de 2025, a categoria cresceu mais de 300% em comparação com o mesmo período do ano passado.
“Ela substitui o carro, o transporte público e tem sido muito bem recebida pelo consumidor”, explica Fernando.
No varejo, essa transformação vem sendo sentida desde a pandemia. O empresário Irlando Ferreira, com mais de vinte anos no ramo, percebeu uma guinada no comportamento do consumidor.
“Depois da pandemia, muita gente passou a procurar bicicleta para se exercitar. É uma forma de cuidar da saúde, de escapar da rotina”, conta Irlando.
As bicicletas fabricadas em Manaus abastecem todo o Brasil. A região Sudeste concentra a maior parte da distribuição — 55% do total. Nas lojas, há modelos para todos os gostos e bolsos: mountain bikes, urbanas, infantis e infantojuvenis. Os preços variam bastante, podendo chegar a até R$ 4 mil.
“As mais vendidas são as de baixo custo, em torno de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil”, afirma o empresário.
Seja por economia, saúde, mobilidade ou consciência ambiental, o certo é que as “magrelas” ganharam novo fôlego. E as perspectivas são promissoras.
“Esperamos um crescimento de até 30% nos próximos cinco anos. Ainda é um mercado novo para o brasileiro, mas com aceitação cada vez maior”, conclui Fernando Rocha.
*Com informações do repórter João Paulo Oliveira



